Andar com a carteira no bolso parece algo cada vez mais raro no futuro. Com o avanço dos serviços de pagamento via celular, o acessório acabaria apenas como um depósito de documentos pessoais.
Mas, se depender da HID Global, não servirá nem para isso. A empresa quer implementar em todo o mundo um serviço de armazenamento de documentos no smartphone.
Na prática, ao tirar o RG, carteira de habilitação ou passaporte, o usuário solicitaria também uma versão digital. A partir daí, o órgão regulatório enviaria uma cópia virtual para os sistemas da HID.
Todos os documentos solicitados ficariam disponíveis num aplicativo instalado no celular do usuário, que não exige senha para ser acessado.
“No celular do cidadão ficaria uma versão eletrônica do documento. Mas, para ele ser considerado oficial, um agente do governo precisaria validar com outro aplicativo. Essa validação acontece por nuvem e bluetooth. A tecnologia evita que o agente precise acessar o celular do usuário”, diz Rogério Coradini, diretor de vendas da HID Global.
Para que o sistema funcione é necessário que ambos os celulares estejam ligados e com acesso à internet. Os problemas com conexão em algumas regiões do País, no entanto, não são vistos como empecilho pela empresa.
“Nos grandes centros a internet não é um problema”, afirma Coradini. “Isso é mais uma questão de interior. A gente vê que as operadores tem ampliado seus serviços, e acreditamos que não será uma entrave para o mercado.”
O funcionamento do serviço precisa de aprovação dos órgãos que emitem os documentos, além legislação específica. Em países como Estados Unidos, Austrália e Angola, alguns desses serviços já receberam o aval do governo e estão funcionando.
Negociação
No Brasil, a HID informou que já está em fase de negociação com governos estaduais para possibilitar emissão de documentos como carteiras de habilitação. A expectativa da HID é que alguns documentos estaduais digitais possam começar a ser usados por aqui no fim de 2017.
Para documentos da esfera federal, como os passaportes, a espera deve ser mais longa. Ainda não houve nenhum contato da empresa com o governo federal.
Coradini não informou se haverá ou não cobrança de taxas extras para os usuários. Segundo o executivo, isso será definido pela regulamentação brasileira.