Economia colaborativa chega a novos mercados

A confeitaria What the cake? é uma das beneficiárias dos aplicativos de economia colaborativa / Divulgação
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A confeitaria What the cake? é uma das beneficiárias dos aplicativos de economia colaborativa / Divulgação
A confeitaria What the cake? é uma das beneficiárias dos aplicativos de economia colaborativa / Divulgação

Já faz alguns anos que a internet virou um lugar perfeito para encomendar refeições sem precisar telefonar.
Com os benefícios da economia colaborativa, surge um novo tipo de serviço: a entrega de comida caseira feita por chefs pouco conhecidos ou por quem cozinha por hobby.
Após a popularização do serviço de motoristas do Uber no País, vários outros mercados, como logística e atendimento médico, já se adaptaram ao modelo da economia colaborativa.
O LocalChef aplicou o modelo ao mercado de comida caseira, criando um marketplace. O projeto foi lançado por três ex-funcionários de tecnologia de multinacionais – Simone Utiyama, Celso Misaki e Luiz Miazat – e funciona desde maio.
“Queríamos algo que usasse a economia colaborativa. Pensamos então em criar uma plataforma que unisse quem tem pouco tempo para cozinhar a quem cozinha bem e precisa de uma renda extra”, explica Utiyama.
O site utiliza a geolocalização para mapear chefes cadastrados num raio de cinco a 10 quilômetros. As entregas são feitas por meio de parceria com outra empresa, a Loggi, que garante a chegada da comida em até 30 minutos.
Em três meses de funcionamento, a empresa conta com 60 chefs cadastrados e uma média de 100 pedidos por mês. A expectativa é que as entregas aumentem 50% ao mês e a plataforma feche o ano com 100 chefs cadastrados.
“Aparecemos com um bom negócio para quem tem um restaurante muito pequeno. Esses cozinheiros têm pouca chance em serviços de delivery já consolidados, porque, além de disputar com restaurantes mais conhecidos, precisariam de uma estrutura maior para garantir a demanda”, diz Misaki.
Para participar, o chefe precisa enviar um cadastro com informações pessoais e fotos de produtos. Há uma curadoria feita pelos oito funcionários do LocalChef, que confirmam as informações e experimentam os pratos.
O modelo de negócios da empresa consiste em cobrar de 12% a 15% sobre o valor dos pratos vendidos. Cada refeição custa em média R$ 30, mas, segundo os empreendedores, a maioria dos clientes compra várias refeições para a semana de uma só vez, gerando um tíquete médio de R$ 140 por compra.

Entregas colaborativas

Outro exemplo de empresa que se baseia no modelo de economia colaborativa é a Eu Entrego, criada por João Paulo Camargo.
É uma plataforma que conecta pessoas que precisam receber determinado produto e outras que estão dispostas a ganhar um dinheiro extra para entregá-lo.
“A ideia legal do social delivery é que conectamos pessoas comuns e algumas empresas. É melhor para todos os lados ter um serviço de qualidade com um preço mais acessível”, diz Camargo.
A plataforma foi lançada em abril e já possui 2,2 mil entregadores. O número tende a crescer nos próximos meses, isso porque a startup já tem 5 mil inscrições que aguardam liberação.
O tema economia colaborativa não é novo para Camargo. Formado em administração, o presidente da Eu Entrego estudou bem as características do mercado antes de lançar o empreendimento.
“Esse tipo de economia é uma tendência irreversível. Quando as pessoas passam a ter serviços de boa qualidade a um preço mais acessível, é inevitável que adotem essas plataformas”, diz.
A empresa fez recentemente um acordo com o MercadoLivre, gigante do comércio eletrônica na América Latina. A partir deste mês, será possível solicitar as entregas pela Eu Entrego de compras feitas no site.
Os serviços baseados em economia colaborativa são bastante valorizados durante períodos de recessão econômica. O empresário, no entanto, vê com bons olhos a expectativa de melhoria da economia brasileira.
“É claro que o cenário de recessão ajuda a incentivar pessoas que estão dispostas a ganhar um dinheiro extra e outras que pretendem economizar contratando um serviço. Mas acredito que haverá um equilíbrio, e as empresas que conseguirem se fortalecer nesta época devem ficar mesmo após a recessão”, diz.
Atualmente, a Eu Entrego funciona em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Brasília e Porto Alegre.


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