Passo a passo para o 5G e além

Experiência do usuário será positivamente impactada pelo 5G / Unsplash
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Experiência do usuário será positivamente impactada pelo 5G / Unsplash
Experiência do usuário será positivamente impactada pelo 5G / Unsplash

Há muitas questões sobre como será a transição das redes 4G para 5G e o quanto as tecnologias avançadas que estão por vir serão inclusivas. Por quê?

As inovações que vão surgir serão extraordinárias às empresas e aos usuários, e serão responsáveis por conduzir e acelerar novos cenários econômicos, ampliando transformações governamentais, com as cidades digitais, e na sociedade como um todo.

Muitos serão os desafios para assegurar uma evolução que seja imperceptível, e que se obtenha sucesso na transição das atuais redes 4G para as de próxima geração (5G).

Mas como acontecerá esse processo? Será uma transição por etapas, uma evolução gradual?

Primeiramente, as operadoras e provedores de serviços vão avançar no sentido de reaproveitar as atuais estruturas 4G com a implementação da tecnologia DSS, utilizando o espectro existente das redes 4G para inserir o rádio 5G.

Trata-se de um ecossistema complexo, no qual a evolução faz uso do core da rede 4G, compartilhando a frequência disponível para implementação de uma estrutura 5G não autônoma, nesta fase inicial.

Reaproveitando ativos existentes até o core 4G

Carlos Brito, da Accedian / Divulgação
Carlos Brito, da Accedian / Divulgação

O reaproveitamento dos ativos das atuais redes 4G será essencial.

Além do compartilhamento da frequência, as operadoras e provedores de serviços também vão aproveitar desde o backbone existente até as camadas mais internas de redes, como camadas de agregação (óptica e pacotes) e, ao mesmo tempo, vários dos componentes do OSS/BSS e demais recursos até o core existente, entre outros.

Inserção de novas tecnologias

Paralelamente a isso, teremos a inserção de novas tecnologias com foco no aumento da eficiência de rede, especialmente com a proliferação do uso de antenas inteligentes MIMO (Multiple Input Multiple Output) para promover a alta velocidade desejada pelos usuários conectados e, consequentemente, melhorias na transmissão de sinal.

Aqui, além da aposta em um DDS de alta frequência, para coberturas específicas e pontualmente para promover o 5G, esta fase irá ainda impulsionar a eficiência espectral.

Neste momento, a percepção de experiência do usuário na utilização da rede para acessar aplicações na nuvem será positivamente impactada por velocidades que serão até 10 vezes maiores do que as apresentadas, quando comparado com o que os assinantes experienciam hoje. 

Adicionalmente, ainda nessa fase inicial do 5G, veremos a introdução de dois conceitos inovadores e disruptivos: MEC (Multi-Access Edge Computing) e O-RAN (Open Radio Access Networks ou Open RAN).

O primeiro traz a proliferação da capacidade computacional para a borda da rede, resultando em menor latência e maior disponibilidade para as aplicações.

Enquanto o segundo irá promover interoperabilidade e comoditização do hardware, flexibilidade ao software dos elementos de acesso, interfaces abertas que irão facilitar o desenvolvimento de novas funcionalidades e interfaces com MEC.

Ambos os conceitos vão favorecer novas implementações, escalabilidade elástica, redução significativa de capex e opex em um ecossistema com múltiplos fornecedores.

Raio de cobertura menor x aumento do número de antenas

Com o 5G, a cobertura para dispositivos móveis terá um raio menor, o que implica na necessidade de instalar um número maior de antenas, principalmente nos grandes centros urbanos.

Adicionalmente, haverá maior demanda por locações de frequência, para propiciar a cobertura aos usuários de uma determinada localidade.

Outra questão muito relevante que irá surgir com o 5G é o conceito de fronthaul, no qual os controladores de banda base estarão centralizados e as cabeças de rádio independentes serão instaladas de maneira distribuída.

Com a separação de blocos funcionais, a necessidade de monitorar a performance de transmissão nesses pontos de rede se tornará um elemento mandatório para garantir baixas latências e experiência sublime aos usuários.   

Com tantas inserções paralelas de novos conceitos e tecnologias, como garantir uma transição singular e segura?

Para todas estas etapas e mudanças para um ecossistema de rede multicloud, serão necessárias ações que vão assegurar uma transição singular e sem interrupções de serviços aos usuários. E, isto inclui:

  • Gestão eficiente de performance: Especialmente devido às operações críticas com Redes Abertas de Acesso via Rádio (Open RAN) em um ambiente com tecnologias avançadas e de múltiplos fornecedores;
  • Testes de qualidade das conexões: Com a multiplicação das redes 5G a partir de uma célula 4G, os testes de qualidade passarão a ser fundamentais nas camadas 2 e 3 das redes. 
  • Necessidade de comunicação aferida: Com a proliferação das comunicações no edge computing – processamento nos extremos da rede -, a comunicação deverá ser aferida devido à necessidade de baixa latência, para suportar as novas tecnologias e serviços avançados.

Novos serviços avançados e os impactos nas experiências dos usuários e empresas

As experiências dos usuários vão sofrer grandes transformações, com melhorias sem precedentes diante da introdução de novos serviços como realidade aumentada, realidade virtual, games mais rápidos e interativos – com jogadores simultâneos -, além de carros e casas conectadas por dispositivos IoT. 

Para as empresas, a Indústria 4.0 fará emergir uma vasta gama de aplicações IoT voltadas para a automação de processos industriais.

No setor de saúde haverá grandes evoluções com aplicações de telemedicina, entre outras.

De acordo com um levantamento da Statista, em 2023, as remessas globais de dispositivos 5G enabled – ou seja, compatíveis com chipset para tecnologia 5G – deverão atingir aproximadamente 613 milhões de unidades.

Tudo isso vai requerer serviços precisos, de alta performance das redes 5G, baixa latência para a entrega de mais velocidade nas respostas e muito mais.

Por fim, a maioria dos setores passarão por grandes mudanças impulsionadas pelo digital.

A tendência de “syndicate” – de compartilhamento de conteúdos entre diversas entidades diferentes -, passará a ser aplicado às redes 5G para permitir múltiplos acessos pelas operadoras e provedores de serviços.

Portanto, o alto desempenho das redes vão elevar a experiência dos usuários a partir de aplicações orquestradas em rede multicloud de próxima geração e, neste contexto, as comunicações aferidas entre infraestruturas públicas e privadas serão essenciais para garantir serviços confiáveis, aptos a atender clientes cada vez mais críticos e exigentes com sessões de serviços de altíssima qualidade – ou seja, desde o momento em que o usuário se conectar até se desconectar -, em milissegundos e bilhões de vezes todos os dias. 

Dessa forma, em um ecossistema tão complexo e de tanta criticidade para o funcionamento de aplicações tão críticas para as pessoas e empresas, ter uma fonte confiável de dados de performance em tempo real passa a ser elemento fundamental para garantir qualidade de experiência.

Segurem-se firme, porque a viagem está apenas começando!

  • Carlos Brito é vice-presidente de Vendas para a América Latina da Accedian


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