
Tecnologia e informação

Banco Central
A boa notícia é que os agentes econômicos passaram a olhar com mais cuidado a questão do spread bancário nos últimos anos. A questão do spread entrou inclusive na agenda do Banco Central, e a instituição tem atuado em várias frentes para tentar diminuir o custo do crédito. E eles já perceberam que parte da solução do problema passa não só pelo regime de política monetária com a redução da Selic, mas por pelo menos três outros pontos.Fintechs
O primeiro deles é o incentivo de técnicas mais inteligentes de análise de crédito no mercado, como as que as fintechs de crédito – startups financeiras que analisam pedidos de empréstimo de maneira rápida e eficiente – vêm trazendo. Com custos operacionais menores e modelos mais profundos de avaliação de crédito, as fintechs conseguem oferecer taxas de juros que por vezes até batem a taxa média cobrada no consignado, considerada uma modalidade com baixas taxas de juros. Na linha de crédito consignado privado, a taxa de juros média ficou em 2,9% ao mês em maio enquanto nas fintechs o juro começa em 1,9% ao mês dependendo do perfil do consumidor. Além da tecnologia, a questão da informação assimétrica pode ser mitigada com as mudanças na lei do Cadastro Positivo que, se aprovadas, tornarão automático o compartilhamento de dados entre as instituições financeiras. O histórico do consumidor passará a ser visto não só com o viés negativo, mas também pelo lado positivo – fica evidente a quem está analisando o crédito todas as contas que a pessoa pagou em dia, por exemplo. Dessa maneira, fica mais fácil identificar quem é o bom pagador. O terceiro fator que pode impactar a diminuição da inadimplência e, por consequência, do spread, é a adoção de práticas mais assertivas de cobrança. No fim do ano, entra em vigor uma nova regra que diz que o consumidor que tomar empréstimo tem o poder de decidir se quer ser cobrado por débito automático. Antes, essa decisão do débito recaia sobre a instituição que fazia a operação. A medida pode diminuir a inadimplência já que o dinheiro do pagamento sairá diretamente da conta da pessoa. Assim, a expectativa é que haja diminuição do custo do crédito.Plataformas modernas
A tecnologia nos serviços bancários como um todo tem de ir além da maneira como o cliente consegue consumir suas informações, em novas plataformas ou aplicativos mais modernos. As informações, aliás, têm de começar a ser cada vez mais uma aliada para este consumidor obter serviços mais baratos e alinhados às necessidades. A pergunta que as instituições deveriam fazer não é mais quanto a pessoa quer pegar emprestado, mas quanto ela precisa e quanto pode pagar por isso.- Thiago Alvarez é CEO do GuiaBolso