Software mindset muda relação de empresas e consumidores

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Software mindset muda relação de empresas e consumidores
Google é uma empresa que já tem um ‘software mindset’ / Jimmy Baikovicius

O que empresas como Microsoft, Google, Apple e Facebook têm em comum?

São organizações trilionárias, inovadoras em todos os seus serviços e têm uma busca incessante em oferecer uma experiência única de relacionamento com seus usuários.

Além disso, possuem uma mentalidade chamada de software mindset.

Significa ter um olhar atento sobre as interações e comportamento do usuário com seu produto para, a partir desses dados, evoluir sua solução. 

Aplicação do software mindset

Software mindset muda relação de empresas e consumidores
Roberto Oliveira, da Take / Divulgação

Imagine uma situação em que você, empreendedor, desenvolve um produto, disponibiliza para seus clientes e eles começam a interagir.

Assim, você passa a receber informações do comportamento do usuário e usa esses dados para evoluir e lançar uma nova versão do seu produto.

Isso é o que o mercado chama de short feedback loop, ou seja, aprender com a interação e o feedback do próprio usuário.

O lema do short feedback loop é interagir, interagir e interagir.

Experiência

Um estudo divulgado pela Walker Consulting afirma que, a partir de 2020, a experiência do usuário será a nova fronteira de diferenciação entre marcas.

Não será a qualidade, nem o preço do seu produto, mas, sim, a qualidade da experiência que você consegue entregar quando o usuário interage com você. 

Essa mudança tem relação direta com a transformação digital que vivemos e existem três aspectos importantes.

Primeiramente, a força da comunicação digital. Hoje, as pessoas não querem mais fazer ligações para resolver determinadas situações.

No entanto, o problema é que no cenário empresarial muito desse relacionamento entre uma marca e o seu cliente ainda está concentrado nas empresas de call center.

Por sua vez, estas possuem uma imagem desgastada pelo péssimo atendimento prestado e, em muitos casos, pelo consumidor não conseguir nem completar uma ligação.

E agora, com o serviço não me perturbe, a Anatel vai bloquear ligações de telemarketing.

Em apenas 12 dias, segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), mais de 328 mil pessoas se cadastraram na plataforma de bloqueios. 

Novas fronteiras

Além disso, um segundo fator responsável pela mudança no relacionamento entre marcas e consumidores é a inteligência artificial (AI). “Será que vamos ser dominados pelas máquinas?”.

Esse questionamento surge em muitos momentos, não é verdade?

O que acontece é que a AI está se desenvolvendo de forma tão rápida pela grande disponibilidade de dados e do avanço do machine learning que foi destravado um ciclo de AI.

Assim, praticamente todo dia surge uma nova API (sigla em inglês de interface de programação de aplicações) e uma nova tecnologia que usa a inteligência artificial para entregar algo que é super interessante e poderoso nessa experiência entre empresa e cliente. 

Por fim, o terceiro fator é a API Economy (economia de API, em inglês). Tendência no mercado global, o termo refere-se a uma conversa entre softwares.

Um exemplo bastante conhecido é a API do Google Maps, que muitas vezes é utilizada em aplicativos e sites. A API de aplicativos de entrega de comida também.

Ela interliga o aplicativo, como Rappi ou iFood, com todos os restaurantes cadastrados na plataforma.  

Marc Andreessen, cofundador da Andreessen Horowitz, um dos principais fundos de venture capital dos Estados Unidos, diz que, para sobreviverem, todas as empresas terão de se tornar empresas de software.

Na verdade, ao meu ver, as empresas terão que adotar o software mindset se quiserem permanecer vivas em tempos acelerados como estes.

  • Roberto Oliveira é cofundador e CEO da Take

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