Interconexão é chave para alavancar o futuro dos pagamentos

Esconder a verdade dos chefes é péssima estratégia / Tiago Queiroz /inova.jor
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 Pagamentos exigem transformações da empresa / Tiago Queiroz/inova.jor
Pagamentos exigem transformações da empresa / Tiago Queiroz/inova.jor

As novas rotas de conectividade e inovação caminham lado a lado. Um ótimo exemplo é o setor de pagamentos digitais. Nele, constatamos como a melhoria nas taxas de interconexão tem ajudado a impulsionar a adoção de novos serviços.

Globalmente, volumes de pagamentos eletrônicos aumentam cerca de 11% ao ano. E é provável que o crescimento na casa de dois dígitos continue até 2020.

Segundo estudo da Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), formas digitais de pagamento superarão cartões de crédito, ainda neste ano, nas compras feitas pela internet.

Globalização

Imagem de Wellington Lordelo, gerente da Equinix Brasil e autor do texto sobre pagamentos digitais
Wellington Lordelo, da Equinix / Divulgação

No Brasil, segundo pesquisa da consultoria Minsait, 56,9% dos consumidores têm intenção de usar algum tipo de aplicativo (por exemplo, a carteira virtual) para realizar pagamentos.

Atualmente, 27,2% dos consumidores brasileiros declaram usar aplicativos como meio de pagamento em estabelecimentos comerciais. 19,3% afirmam usar soluções online para pagamentos P2P.

Além disso, a pesquisa aponta que essa é uma forte tendência em toda América Latina. Na Argentina, 53,8% dos consumidores também pretendem testar algum meio virtual de pagamentos. No Chile, o porcentual é de 63% e na Colômbia, 67,8%. Peru (72,7%) e República Dominicana (74,4%) são os destaques nesse sentido.

Assim, essa mudança de comportamento está se popularizando em todo o mundo. A adoção de pagamentos digitais em toda Ásia-Pacífico está superando a dos EUA, por exemplo.

Em Singapura, o uso dos pagamentos móveis apresenta um crescimento de 53% desde 2017. Enquanto isso, 72,4% dos australianos usam pelo menos um método de pagamento digital.

No Japão, o governo pretende dobrar o número de pagamentos digitais para 40% de todas transações até 2027. Além disso, busca focar esforços na promoção, desenvolvimento e adoção desse tipo de tecnologia.

Por fim, em Hong Kong, o governo está estudando o lançamento de pagamentos eletrônicos internacionais na Área da Grande Baía, na região do Delta do Rio das Pérolas.

Aceleração dos pagamentos

Embora o fenômeno dos pagamentos digitais não seja novo, as estatísticas indicam que somente nos últimos anos testemunhamos sua rápida aceleração.

Ela foi impulsionada por fatores como a abundância de novos métodos de pagamento eletrônico. Além do surgimento das transações de cartão de crédito sem contato, possibilitando a entrada de novos operadores e novas rotas de interconexão.

Ao mesmo tempo, assistimos à “urbanização” do mundo de TI.  Os consumidores buscam transações mais convenientes, confiáveis e seguras. O sucesso dos pagamentos digitais dependerá do rápido acesso que empresas tiverem aos dados, aplicações, controles de rede e tecnologias a eles associadas.

Assim, quanto mais perto os serviços estiverem de seus usuários finais, mais bem-sucedida será a experiência de pagamento digital.

No relatório Principais tendências nos mercados de pagamentos digitais e infraestrutura estratégica, desenvolvido em 2018 pelo Initiatives Group, destacam-se três tendências que estão moldando o setor de pagamentos:

  • Pagamentos em tempo real. A mudança de foco para longe do P2P direcionou conversas dos varejistas para produtos e serviços de valor agregado. Desta forma, uma infraestrutura aprimorada permitiria que instituições financeiras (e outras) trouxessem pagamentos em tempo real para o mercado. Esses pagamentos necessitam de sistemas para processar e analisar dados adicionais, criando maiores exigências para tecnologia subjacente. Além disso, exige baixa latência de ponta a ponta para transferir fundos em segundos de forma segura e confiável.
  • Intervenção regulatória. Mudanças regulatórias e avanços da tecnologia impulsionaram as principais mudanças no sistema bancário de varejo: open banking e maior número de opções de instituições bancárias. Os reguladores buscam capturar as eficiências econômicas incorporadas às transações eletrônicas. Assim, impulsionam a crescente concorrência e inovação ao disponibilizar os dados bancários do cliente para terceiros.
  • Open bankingDa mesma forma que acontece com pagamentos em tempo real, o open banking facilitará a criação de novos produtos e serviços. Ainda mais quando impulsionados pela regulamentação e possibilitados pelos avanços da tecnologia. Novos protagonistas estão fazendo parte do ecossistema de pagamentos, com os bancos criando gateways de API que proporcionam acesso aos dados do cliente. Tudo isso levando a uma experiência aprimorada ao consumidor.

Evolução

Uma vez que o mundo dos pagamentos digitais continua a evoluir, a conectividade direta e privada entre vários participantes do mercado de pagamento está se tornando cada vez mais importante.

Pode levar semanas, ou até meses, para que sejam estabelecidas ligações com novos parceiros por meio da rede tradicional. O que contrasta com empresas que residem no mesmo data center, em que se pode obter contato em poucos minutos por conexões diretas e virtuais.

O futuro do pagamento digital continua promissor, como ficou evidenciado no estudo de mercado Global Interconnection Index Vol. 2. Ele prevê que a interconexão direta com provedores de serviços financeiros para fins de pagamento digital crescerá rapidamente em 47% até 2021. E a sua empresa, está pronta para este momento?

* Wellington Lordelo é gerente de Solution Marketing da Equinix Brasil


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