O Brasil precisa avançar na cobertura de banda larga, tanto fixa quanto móvel, e na oferta de conteúdo de alta qualidade nos serviços via internet, com resolução 4K.
O avanço nessas áreas gera crescimento econômico, além de trazer competitividade às empresas e educação e entretenimento de qualidade à população.
A seguir, trechos da entrevista com Juelinton Silveira, diretor de Relações Públicas e Comunicação da Huawei, sobre esses temas.
O que pode ser feito para ampliar a banda larga por aqui?
O Brasil ainda carece de muita cobertura de banda larga. E, quando falo de banda larga, pode ser fixa ou móvel.
Gostaria de comentar basicamente dois pontos. Um dos pontos é que, para implantar uma antena de celular numa cidade, é preciso tirar várias licenças.
Então, a operadora precisa ir à prefeitura, tirar várias licenças e aplicá-las. No entanto, temos 5.570 municípios e cada cidade tem um tipo de regulamentação.
Isso faz com que seja muito complexo conseguir tirar licenças ou ter um único processo na empresa parar tirar essas licenças nas prefeituras.
O segundo ponto é o seguinte: o Brasil tem hoje pouco conteúdo de alta qualidade, 4K ou 8K, produzido para serviços via internet.
Quando existe oferta maior de conteúdo, aumenta drasticamente a necessidade de utilizar a banda larga.
Qual é a importância do vídeo nessa demanda?
Hoje, mais ou menos 68% de todo o tráfego de internet é vídeo. Temos um estudo que aponta que daqui a seis anos, lá por 2025, esse volume vai ser de quase 90%.
A infraestrutura de telecomunicações tem de aumentar, tem de ter mais cobertura, mas também tem de ser mais robusta, para poder prover internet e conseguir entregar esse conteúdo para todas as pessoas.
Como a ampliação da banda larga pode gerar negócios?
Falando novamente desse estudo, em 2025 todas coisas estarão conectadas e serão inteligentes.
Teremos inteligência artificial, criação de conteúdo para realidade virtual e realidade aumentada e muitos sensores
O desenvolvimento da internet das coisas é prova disso. Todos os sensores e os dispositivos que estarão conectados à internet gerando dados têm de ter conexão.
Ao conectarmos tudo isso aí – 100 bilhões de dispositivos estarão conectados em 2025 –, surgem novas indústrias, novos modelos de negócio que ainda não conhecemos.
A nova economia criada chegará a mais ou menos US$ 23 trilhões, uma economia que será baseada em inovação em massa.
Alguns países já trabalham com 8K. Como você vê o futuro desse mercado?
O Brasil carece muito desse conteúdo de alta qualidade.
Estamos aumentando esse conteúdo. Mas, se compararmos a países como a China, estamos muito atrás. Se ficarmos atrás no conteúdo, ficamos atrás na conectividade da internet.
Hoje, o Brasil está virando a chave para o 4K.
No F4 Summit (evento realizado no mês passado pela Huawei), tivemos a apresentação de vários produtores de conteúdo e alguns deles comentaram que o 4K ainda está virando a chave.
Agora estamos chegando ao 4K. E alguns países já usam 8K. Alguns países já estão desenvolvendo outro tipo de conteúdo.
Quando falamos em realidade aumentada e realidade virtual, a capacidade de banda larga necessária é muito maior.
Se for um conteúdo 4K de realidade virtual, a demanda de capacidade é muito maior.
É algo muito importante e estamos indo numa direção muito boa, de criação de conteúdos de ultraqualidade, de qualidade superior.