A quinta geração das comunicações móveis (5G) deve chegar ao Brasil em 2020, segundo Eduardo Ricotta, presidente da Ericsson no país.
Em entrevista ao inova.jor TIC, o executivo defendeu a necessidade de se atualizar a legislação.
“O 5G está chegando em frequências baixas e altas”, explicou. “Precisamos ter uma lei mais razoável para licenciar as antenas. Talvez no escopo federal e não municipal.”
Alguns países, como os Estados Unidos, têm flexibilizado leis que tratam da instalação de infraestrutura, destacou Ricotta.
“Na frequência alta de 5G, vai haver antenas a cada 100, 200 metros”, explicou. “A legislação de hoje não consegue se adequar à necessidade do 5G em alta frequência. Esse é um tema importante para endereçarmos no próximo governo.”
Ele também ressaltou a importância de se aprovar o Projeto de Lei (PL) 79, que atualiza a Lei Geral de Telecomunicações (LGT), para incentivar investimentos no setor.
“Acho que vai ter mais dinheiro no mercado de telecomunicações e girar a roda para todos os fornecedores e para o mercado em geral”, disse.
Custos de frequências
Ricotta também defendeu que os leilões de frequência tenham custos menores no Brasil.
“Quando comparamos o Brasil com outros países, tanto na Europa, América do Norte ou Ásia, os custos das licenças por MHz chegam a ser 10, 12 vezes mais caros do que em países mais desenvolvidos”, explicou.
O executivo apontou quatro áreas com grande potencial de desenvolvimento para a tecnologia 5G no Brasil.
A primeira é a banda larga móvel. “A banda larga móvel continua a crescer rapidamente e precisamos reduzir o custo por gigabit. Isso vai se dar por meio de tecnologias como o 5G.”
Outra área de grande potencial é o acesso fixo sem fio. “No Brasil, dependemos mais da rede móvel do que nos países desenvolvidos. Na Europa, tem muita fibra na casa das pessoas.”
Além disso, o presidente da Ericsson no Brasil enxerga muito espaço para aplicações de internet das coisas, tanto de uso de massa quanto de missão crítica.
Pesquisa e desenvolvimento
Atualmente, o Brasil está entre os 10 maiores mercados mundiais para a Ericsson. É um dos quatro países em que a empresa possui fábrica.
A equipe local de pesquisa e desenvolvimento da Ericsson é formada por 600 pessoas, que desenvolvem soluções para todo o mundo, principalmente na área de bilhetagem.
Para saber mais, acompanhe a entrevista em vídeo com Eduardo Ricotta, da Ericsson, ao inova.jor TIC, que tem apoio da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil).