Klabin debate digitalização, neurociência e novos materiais

ransformação digital: 'Tudo será plataforma', afirma Romeo Busarello, da Tecnisa / Divulgação
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Transformação digital: 'Tudo será plataforma', afirma Romeo Busarello, da Tecnisa / Divulgação
‘Tudo será plataforma’, afirma Romeo Busarello, da Tecnisa / Divulgação

Com o mote Inovação com Propósito, o evento INOVA Klabin debateu assuntos como transformação digital, neurociência e o futuro do planeta.

Realizado pela Klabin nos dias 12 e 13 de setembro, o encontro trouxe para seu palco quatro especialistas nacionais e internacionais, na Oca do Ibirapuera, em São Paulo.

A seguir, destaques das chamadas masterclasses.

Economia compartilhada

A transformação digital trouxe diversas mudanças não apenas para os negócios, mas para as relações humanas e a sociedade.

Duas das principais mudanças foram:

  • a economia dos aplicativos – usuários hoje passam mais tempo em seus smartphones e navegando por apps do que na web; e
  • a economia do compartilhamento – plataformas são a ponte que une fornecedores e usuários (em serviços como Airbnb e Uber).

A mistura desses dois mundos pode ser vista na chamada gig economy.

Basicamente, um cenário composto por negócios sob demanda, que possibilitou o surgimento de atividades pontuais, trabalhadores autônomos e nômades e plataformas que facilitam a entrega de serviços.

Esse, de fato, é o futuro inevitável. Os ciclos se renovam e as empresas que não quiserem entrar para esse ciclo digital, poderão acabar em um piscar de olhos.

“Porque as gigantes caem? Porque não são mais capazes de ler os sinais de mercado”, afirma Romeo Busarello, diretor de marketing da Tecnisa, na apresentação que abriu o evento.

Para ele, o futuro será como propõe a gig economy. “Tudo será plataforma”, ressalta.

E quem não tem essa alma digital, e não se atualizar, certamente estará fora do jogo.

Revolução digital

A economia compartilhada também foi um dos destaques da apresentação de Roger Ingold, presidente do Lide Inovação.

O executivo liderou as operações da Accenture na América Latina até 2015, e nos últimos anos tem se dedicado a analisar os ecossistemas de inovação de locais como Vale do Silício e Israel.

“O ano passado foi recorde em negócios de venture capital e atividades de startups”, destacou Ingold.

Segundo ele, foram investidos US$ 164,4 bilhões globalmente em startups em 2017, num total de 11.042 operações.

O movimento de startups atinge desde mercados mais novos, como comércio eletrônico, análise de dados, serviços sob demanda e segurança digital, até mais tradicionais, como construção.

Os chamados unicórnios, startups sem ações em bolsa que valem mais de US$ 1 bilhão, já chegam a 266 em todo o mundo, incluindo as brasileiras 99 e Nubank.

“O Brasil está na direção certa, mas precisa acelerar mais”, ressaltou.

Poder transformador

Todo mundo pode ser um cientista.

Foi com essa afirmação que José Ribas Fernandes, especialista em neurociência na consultoria canadense BEworks, guiou sua apresentação sobre os benefícios da ciência comportamental para organizações.

“Todos nós, mesmo não sendo PhDs em qualquer assunto, somos cientistas de alguma forma”, afirmou Fernandes.

Segundo ele, nossa mente é treinada para pensar cientificamente, por meio de três regras que automaticamente estabelecemos quando nos deparamos com alguma situação de dificuldade.

Para ilustrar essa afirmação, o especialista mostrou uma cena do cotidiano, uma foto de um supermercado cheio.

Quem se vê nessa situação aplica as seguintes regras: observa o que está acontecendo, começa a formular hipóteses e, por fim, formula soluções.

É assim que basicamente a ciência funciona e é por isso que ela pode ser aplicada em situações em que temos que tomar decisões – ou dentro de organizações.

Mas o que esse comportamento científico tem a ver com negócio?
Pensar dessa forma promove mudanças, mas, para mudar, é preciso arriscar.

E não precisa ser algo grandioso, pode ser apenas um período de teste, nem que seja levantar questionamentos e procurar por respostas.

Para Fernandes, o poder para transformar sociedade e economia está em nós mesmos. “Mas, é preciso deixar espaço para experimentar e testar”, ressaltou.

O especialista apresentou ainda um passo a passo para o sucesso, com cinco itens a serem aplicados às empresas:

  • democratize ideias;
  • crie um espaço seguro para falhas;
  • impulsione insights que você já conhece;
  • fomente a curiosidade; e
  • pergunte e responda.

Materiais do futuro

Quem encerrou o evento foi Oded Shoseyov, cofundador da startup israelense Melodea Bio Based Solutions e especialista em biologia molecular de plantas e engenharia de proteínas.

A Klabin adquiriu 12,5% dessa companhia que possui tecnologia para extração de celulose nanocristalina (CNC), produzida 100% a partir de fontes renováveis.

Durante a apresentação, o especialista abordou o tema “materiais do futuro”, comentando sobre produtos desenvolvidos a partir de fibras naturais provenientes das florestas.

Um dos primeiros pontos abordados por Shoseyov foi a produção de colágeno sintetizado a partir de plantas de tabaco.

Mas o que é possível fazer com esse tipo de descoberta? Uma das primeiras aplicações é o tratamento de pessoas com diabetes.

Shoseyov afirma que boa parte das amputações que acontecem no mundo (basicamente uma a cada 30 segundos) é resultado de complicação causada pela doença.

Mas, com a tecnologia estudada por ele, é possível aplicar colágeno na ferida. “O material cresce, preenche o buraco e fecha a ferida”, explicou.

O colágeno é a proteína mais abundante do nosso corpo, e as células reconhecem o material ao ser aplicado na pele, o que permite sua reprodução.

O especialista também comentou durante a apresentação sobre nanocelulose. Uma aplicação simples desse material pode ser feita em alimentos.

Segundo Shoseyov, revestir com o material alimentos comuns como flocos de milho, nozes e passas, evita a oxidação e os preserva.

Um ponto muito positivo dos materiais citados por Shoseyov é que são provenientes de plantas, uma fonte renovável.

“No futuro, acredito que seremos capazes de produzir qualquer coisa a partir de plantas, não apenas colágeno ou nanocelulose, mas qualquer outro tipo de proteína ou molécula que a natureza nos deu”, disse.


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