O mercado brasileiro de internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) deve começar a ganhar escala neste ano. Essa é a opinião de Marcia Ogawa, sócia de Telecomunicações, Mídia e Tecnologia da Deloitte Brasil.
“O primeiro motivo é que a fase de awareness, de conscientização do que é internet das coisas e de onde ela deve ser aplicada, já foi feita em grandes corporações, sejam nacionais, sejam multinacionais, aqui no Brasil”, explica Marcia. “E o segundo grande fator é que estamos saindo da recessão econômica, e então as empresas estão mais dispostas a investir em inovação.”
Ela aponta a indústria, varejo, serviços financeiros e telecomunicações como mercados de grande potencial para a internet das coisas.
“Além disso, temos oportunidades de IoT na saúde, educação, governo e cidades, que também passam a ganhar velocidade a partir deste ano”, completa a consultora.
Segundo Marcia Ogawa, o Brasil já deu passos importantes para garantir a conectividade para o IoT. Em sua opinião, apesar da importância da quinta geração das comunicações móveis (5G), não é preciso esperar o lançamento da nova tecnologia.
“Existem maneiras de usar a infraestrutura existente”, afirma a sócia da Deloitte Brasil. “Mas, logicamente, o 5G vai dar um salto no que tange à velocidade, alcance e flexibilidade, pois a infraestrutura de 5G já foi concebida para comunicações IoT.”
Ecossistemas digitais
Em sua entrevista, Marcia Ogawa destaca a importância de o Brasil fortalecer seus ecossistemas digitais, que reúnem empresas de diversos portes e que não atuam necessariamente no mesmo setor.
“Algumas empresas vão se encaixar aos ecossistemas mundiais, e eu acredito que muito que o Brasil vai conseguir liderar muitos desses ecossistemas, partindo daqui ou sendo orquestrado a partir do Brasil”, complementa.
Ela ressalta a importância de formação de mão de obra para esse mercado, que deve vir desde a educação básica. “Desde pequenas, as crianças precisam ser estimuladas a se interessar pelas ciências, pela engenharia, para que o Brasil tenha mais oferta de engenheiros, de makers, de pessoas interessadas efetivamente a trabalhar com tecnologia em nosso país.”
Acompanhe no vídeo acima a entrevista com Marcia Ogawa, da Deloite Brasil, para o inova.jor TIC, com apoio da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil).