Reconhecimento facial pode ser usado até em pagamentos

A Neurotech usa o reconhecimento facial para combater fraudes no varejo / Divulgação
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A Neurotech usa o reconhecimento facial para combater fraudes no varejo / Divulgação
A Neurotech usa a tecnologia de reconhecimento facial para combater fraudes no varejo / Divulgação

Grandes varejistas são vítimas de tentativas diárias de fraude. Com documentos falsos, criminosos tentam tirar cartões de crédito ou conseguir crediários.
Segundo Wagner Coppede Jr., diretor de Soluções e Engenharia da NEC no Brasil, são registradas em média 5 mil tentativas diárias de fraude em lojas brasileiras.
Para combater esse tipo de problema, a Neurotech incorporou a tecnologia de reconhecimento facial da NEC na sua solução de prevenção e detecção de fraudes.
“Quando vai fazer o cartão da loja, o cliente entrega uma série de documentos”, afirma Rodrigo Cunha, sócio-diretor da Neurotech. “A partir da foto do documento digitalizado, fazemos a biometria facial.”
A tecnologia começou a ser usada pela Neurotech no ano passado e, segundo Cunha, consegue reduzir em até 90% as fraudes.
A Neurotech oferece a tecnologia para vários varejistas e já conta com um banco de dados de mais de 5 milhões de rostos. Em média, cada análise leva de 3 a 4 segundos.
“Também é possível fazer o reconhecimento facial com uma webcam, mas a maioria dos nossos clientes prefere usar os documentos”, diz Cunha.
O sistema analisa as proporções do rosto, como distância entre olhos, nariz e boca. Dessa forma, a pessoa é reconhecida mesmo que coloque óculos, chapéu ou peruca.
O reconhecimento facial é somente uma das opções de biometria. A mais comum é a leitura de digitais, mas existem outras formas de identificação biométrica, como íris, voz e DNA.

Redução de perdas

Cunha explica, quando um varejista é vítima de fraude, o prejuízo não se limita ao que o criminoso comprou e deixou de pagar.
“Imagine que o prejuízo financeiro foi de R$ 1 mil”, conta o executivo. “Além disso, o criminoso usou documentos de outra pessoa, que também foi vítima e teve o seu nome negativado no mercado.”
Normalmente, quem teve o nome negativado de forma indevida entra com uma ação na Justiça contra o varejista e chega a ganhar, em média, de R$ 5 mil a R$ 6 mil.
“Com o combate à fraude, é possível reduzir perdas e oferecer taxas de juros menores para o consumidor”, afirma o diretor da Neurotech. “As aplicações do reconhecimento facial para a identificação de pessoas são infinitas.”
Além do varejo, Cunha vê a possibilidade de usar o sistema em bancos, financeiras, operadoras telecomunicações, empresas de saúde e transporte público.

Acesso e pagamentos

A própria NEC usa o reconhecimento facial para controlar o acesso às suas instalações em São Paulo. “A tecnologia é tão precisa que começou a ser utilizada para pagamentos no Japão”, conta Coppede Jr.
A empresa começou um piloto de pagamentos que vai, gradualmente, incluir seus 100 mil colaboradores no Japão.
A solução de pagamentos dispensa o uso de cartões, e pode ser combinada a outros tipos de identificação, como senhas, para autorizar pagamentos de maior valor.
A solução de biometria facial pode incluir prova de vida, como a análise de movimentos do rosto ou da imagem do fundo, para garantir que a câmera não tenha à sua frente uma foto de alta resolução no lugar de uma pessoa.
“Antigamente, havia a barreira da privacidade, mas as pessoas aceitaram ser filmadas para ter segurança”, explica o executivo da NEC. “Existem dois tipos de biometria, a fisiológica e a comportamental.”
Um exemplo de aplicação comportamental da biometria são os centros de controle que recebem imagens de câmera numa cidade.
“Uma capital tem entre 1 mil e 2 mil câmeras”, afirma Coppede Jr. “Vinte pessoas numa sala de controle não conseguem dar conta de todas essas imagens.”
Usando aprendizagem de máquina, uma área da inteligência artificial, é possível criar sistemas que identificam comportamentos incomuns de pessoas em lugares públicos, para fazer uma pré-seleção das imagens mostradas no centro de controle.
“Por exemplo, a alteração do volume de tráfego de pessoas numa estação de metrô de manhã pode indicar problema operacional”, diz o executivo. “Ou, se alguém entrou num prédio vestindo capacete, pode haver risco de segurança.”
O mercado brasileiro de biometria movimenta cerca de R$ 250 milhões ao ano. A expectativa é que esse montante alcance R$ 1 bilhão até 2020.
No Brasil, 11 Estados usam a biometria e cinco deles adotam tecnologia NEC para suporte à segurança pública. A empresa também foi selecionada pela Receita Federal para implementar reconhecimento facial em 14 aeroportos.


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