O uso de programação não linear, ou seja, que pode ser vistos no horário desejado pelo cliente, é uma das apostas da TV paga do Brasil para disputar mercado com os serviços de streaming.
“Entendemos que o grande desafio da industria são os novos consumidores. E isso vai muito além de pensarmos em novos modelos de negócio”, afirma Oscar Simões, presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA).
Em 2016, o número de assinantes de TV deve apresentar queda pelo segundo ano consecutivo. De acordo com a ABTA, a perda está relacionada aos reflexos da crise econômica e pouco tem a ver com o modelo de negócio do setor.
Nos últimos aos, têm aumentado a procura por serviços de streaming no País, como o Netflix. Ao mesmo tempo, a procura pelo serviço de TV paga começou a cair.
No fim de 2015, o Brasil possuía 19,11 mil assinantes. No ano anterior, o número tinha fechado em 19,52 mil. Até abril deste ano, segundo a ABTA, apenas 18,9 mil brasileiros pagavam pelo serviço.
“Acreditamos que o fim do poço está próximo, e que a partir do mês de julho não o número de assinatura ficará estável, apresentando uma pequena melhora. A diminuição aconteceu por conta da crise, do desemprego e instabilidade econômica das pessoas”, diz Simões.
Impostos
Outra justificativa apresentada foi o aumento de ICMS em alguns Estados. No Amapá, por exemplo, o número de assinantes despencou em 16,9% em abril deste ano, quando comparado ao mesmo período do ano passado.
“Com exceção de Rondônia, percebemos que há uma ligação entre a diminuição dos assinantes e o aumento do ICMS na região. Conversamos com os governadores para tentar reverter isso”, explica o executivo.
Apesar da crise, os dados de audiência são os maiores dos últimos anos. Segundo a pesquisa realizada pelo Ibope e apresentada pela associação, nos últimos três anos, o alcance da TV paga dobrou no Brasil.
A quantidade de horas gastas em frente a televisão por assinatura também aumentou. O brasileiro assiste, em média, 3h07min da programação de um canal fechado por dia. Em 2010, o tempo médio era de 2h23min.
“Isso aconteceu porque as pessoas aprenderam a riqueza de ter muita informação em casa. Essa característica é muito forte em cidades mais afastadas do centro”, afirma Oliveira.
Estudo apresentado pela ABTA dá conta de que a TV por assinatura é uma das principais fontes de lazer para 74% dos entrevistados. Setenta e nove por cento dos pesquisados consideram a televisão uma ferramenta importante de acesso à cultura.
De 29 de junho a 1.º de julho, acontece em São Paulo a feira e congresso ABTA 2016.