“Internet das coisas” é uma expressão tão abrangente que até se torna vaga. Durante o SAP Forum, que aconteceu nesta semana em São Paulo, foi possível conhecer uma aplicação concreta.
A Stara, fabricante de tratores de Não-Me-Toque (RS), apresentou durante o evento o ST MAX 180, equipado com sensores que monitoram suas atividades em tempo real. É possível ver a localização do trator em campo, e verificar detalhes como área trabalhada, gastos de semente, adubo e combustível e custos de pessoal.
As informações captadas pelos sensores foram integradas ao sistema de planejamento de recursos empresariais (ERP, na sigla em inglês) da SAP. Os dados podem ser transmitidos via rede celular ou wi-fi e, no caso de não haver sinal, armazenados até conseguir conexão.
Com o trator, é possível verificar se as projeções de gastos e de prazos estão sendo cumpridas. “Trabalhamos dois anos no protótipo”, contou Gustavo Camargo, desenvolvedor de software do SAP Labs em São Leopoldo (RS). “Os sensores medem a densidade dos materiais, como sementes e adubo, em tempo real.”
Transformação digital
O mote do SAP Forum neste ano era a transformação digital. Assim como internet das coisas, é uma expressão tão ampla que muitas vezes se torna imprecisa.
Claudio Muruzabal, presidente da SAP para a América Latina, apontou o trator da Stara como exemplo de como pode funcionar a transformação digital, com a integração de todas as atividades da empresa por tecnologias digitais.
“A transformação digital integra, na mesma infraestrutura, parceiros, funcionários e clientes”, explicou Muruzabal, em entrevista ao inova.jor. “Um varejista, por exemplo, não pode separar a operação do site da operação da loja física.”
Para o executivo, o trator conectado também é um exemplo de como a transformação digital não está restrita às grandes corporações. A própria Stara é uma companhia de médio porte.
Outro exemplo de que a tecnologia é acessível para empresas de menor porte é a 1900 Pizzeria, que usa o sistema Food One, da SAP, para gerenciar as informações tanto dos clientes que comem nos restaurantes quanto daqueles que pedem a pizza em casa, por telefone, web ou aplicativo.
Muruzabal destacou que esse processo de transformação digital poode ser uma forma de o País retomar o caminho do crescimento econômico. “A economia digital responde por 21% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, enquanto que, nos Estados Unidos e na Europa, está entre 30% e 33%. Existe muito espaço para crescer.”