Atualmente, 66,3% dos brasileiros jogam games, independente da plataforma. E, ao contrário do que se pensa, gamer não é só adolescente. A participação também é elevada, de 61,9%, entre pessoas de 25 e 54 anos.
Essa é uma das conclusões da Pesquisa Game Brasil, que chega em sua sexta edição em 2019. Realizado pelo Sioux Group, Go Gamers, Blend News Research e ESPM, o estudo ouviu 5.110 pessoas em todos estados brasileiros.
O objetivo do estudo é compreender qual o atual perfil do gamer no Brasil.
“[A pesquisa] contraria o senso comum de que gamers são adolescentes”, afirma Lucas Pestalozzi, presidente da Blend New Research.
“Isso faz sentido com a evolução da indústria de jogos digitais, presente de modo significativo no país desde o início dos anos 1980”.
Plataforma para games
Além disso, o estudo também traçou a maneira que essas pessoas jogam. Assim, segundo a pesquisa, o “rei” não é mais o console tradicional. O smartphone se consolida em primeiro lugar com 83% das preferências.
Só depois aparece o videogame com 48,5% e, enfim, o notebook com 42,6%.
Por fim, quando perguntados sobre a plataforma preferida, os smartphones continuam em primeiro com 45,3%. Videogames ficam com 26,5% e computadores em terceiro, com 12,8%.
Segundo a pesquisa, os motivos para essa mudanças de preferência são claros:
- Praticidade (29,2%);
- Acesso [ter sempre à mão] (28,1%);
- Poder jogar em qualquer lugar (27,8%);
- Ser acessível (21,0%);
- Qualidade de imagem (17,6%).
“Acreditamos que a ‘praticidade e acessibilidade’ esteja relacionada com a possibilidade de jogar a qualquer instante. E em qualquer lugar”, diz Guilherme Camargo, sócio-CEO do Sioux Group.
“Muitos jogos de smartphone possibilitam partidas curtas, onde é possível completar tarefas significativas em menos de 10 minutos de jogo. Algo não muito comum dentro dos jogos de computadores e de videogames”.
Perfil do gamer
Na PGB 2019, dois principais perfis de gamers foram destacados: o hardcore e o casual. Assim, buscou-se entender quais as características de cada um dos tipos de jogadores.
Então, percebeu-se que os hardcore gamers são homens (58,9%) entre 25 e 34 anos (41,3%). Já no público casual, as mulheres representam a maioria com 58,8% entre 25 e 34 anos (35,9%).
“No questionário, perguntamos se o entrevistado se considerava um gamer. Propositalmente, não definimos o significado da palavra”, disse Mauro Berimbau, professor e coordenador do Gamelab na ESPM.
“Nossa intenção é comparar a imagem que os entrevistados possuem em suas mentes a respeito do que é um gamer com as suas práticas de consumo”.
Mercado
Os hardcore gamers são uma população menor, mas significativa. Eles jogam muito em smartphones, mas preferem os videogames e computadores.
Além disso, jogam games mais de três vezes por semana, com partidas que duram por volta de 3 horas.
Já entre as características dos jogadores casuais, a pesquisa mapeou que esse público consome jogos principalmente nos smartphones (57,8%).
Como hábito de consumo da mídia, esses jogadores jogam até três vezes por semana, com partidas levando de 1 a 3 horas por sessão.
“Comparado a mercados mais maduros, onde uma segmentação mais estratificada é necessária, no Brasil estamos em um estágio anterior. Reflexo do ecossistema e cadeia produtiva presentes no país”, complementa Mauro.