Ontem, Rio Verde, em Goiás, foi a primeira cidade brasileira a desligar o sinal de TV analógica. Ela serviu de piloto para um processo que deve se estender, se não houver atrasos, até 2018, quando será transmitido somente o sinal digital no País todo.
O desligamento em Rio Verde era para ter acontecido em 29 de novembro de 2015, mas a meta prevista de digitalização de 93% das residências não havia sido alcançada. Somente 69% tinham recepção digital.
Atualmente, Rio Verde tem 85% de casas com televisão digital. Mesmo assim, o Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV (Gired) decidiu pelo fim das transmissões analógicas na cidade.
Quem não tem TV digital nem TV por assinatura passou a ver somente um aviso desde que o sinal foi desligado. O Gired é formado por representantes dos radiodifusores, das operadoras de telefonia móvel, do Ministério das Comunicações e da Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel).
Mais 4G
Mas o que fazem as operadoras celulares nesse grupo? Os canais que eram ocupados pela TV analógica serão usados para ampliar a telefonia celular de quarta geração (4G). Em 2014, as operadoras pagaram R$ 5,85 bilhões por novas licenças de 4G, e só poderão ativá-las dois anos depois da desocupação do espectro pela radiodifusão.
Em São Paulo, o apagão analógico está previsto para 29 de março de 2017. No Rio de Janeiro, para 25 de outubro de 2017.
O desligamento afeta somente quem recebe o sinal gratuito e não tem recepção digital. Não há mudança para quem tem TV paga.
O 4G em 700 MHz (faixa atualmente ocupada pela TV analógica) tem algumas vantagens sobre o 4G em 2,5 GHz, atualmente em operação por aqui.
Por ser mais baixa, a frequência de 700 MHz permite raios de cobertura maior das antenas, o que reduz eventuais áreas de sombra que existem hoje. A recepção dentro de edifícios também melhora com os 700 MHz. Além disso, é a faixa usada nos Estados Unidos, onde o 4G também ocupou o espaço antes usado pela televisão analógica.