Os consumidores podem ter a impressão de que a competição no mercado de telecomunicações se resume à telefonia móvel, em que há quatro grandes operadoras.
Nos últimos anos, no entanto, o crescimento têm vindo de empresas menores, muitas delas startups, apesar de todas as adversidades.
“As pessoas conhecem as quatro grandes e os pequenos provedores, mas lá no meio, entre esses dois grupos, está uma parte importante do mercado”, afirmou hoje (7/11) João Moura, presidente executivo da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp).
Durante o 10.º Seminário TelComp, realizado hoje (7/11) em São Paulo, foi apresentado um estudo sobre esse mercado, conduzido pela consultora Teleco.
Os cabos submarinos que ligam o Brasil ao Estados Unidos são um exemplo disso. Atualmente, a capacidade total é de 78,6 terabits por segundo (Tbps). Desse total, 88% pertencem à Telefônica e à América Móvil.
Segundo Eduardo Tude, presidente da Teleco, quando forem concluídos os projetos atualmente em curso, a capacidade será elevada para 274 Tbps.
E mais de 50% da capacidade total ficarão nas mãos de operadoras competitivas.
Banda larga
As operadoras competitivas estão presentes em 98,5% dos municípios brasileiros. Duas mil e setecentas delas reportam o número de acessos para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Desse total, 2,6 mil têm menos de 5 mil acessos. A participação delas no mercado de acesso de dados chegou a 18,3% no primeiro semestre, comparada a 10% em 2013.
Nos primeiros seis meses do ano, as operadoras competitivas ficaram com uma fatia de 78,1% das adições líquidas de banda larga fixa.
A tecnologia de rádio ainda é a mais adotada no acesso, com 41%. Somente 15% dos acessos estão em fibra.
Na infraestrutura de transporte e metropolitana, as empresas competitivas têm mais de 250 mil quilômetros de redes ópticas.
A competição nas telecomunicações brasileiras tem se desenvolvido apesar de falhas na regulamentação e da escassez do crédito.
Uma política pública de conectividade passa necessariamente pelo apoio à criação e ao fortalecimento de novas operadoras.