Como o compartilhamento de dados incentiva os corredores

Troca de informações entre corredores tem um impacto real e mensurável / Robson Leandro da Silva/Creative Commons
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Troca de informações entre corredores tem um impacto real e mensurável / Robson Leandro da Silva/Creative Commons
Troca de informações entre corredores tem um impacto real e mensurável / Robson Leandro da Silva/Creative Commons

No último final da semana, a Nike promoveu a Breaking2, em que corredores de elite tinham o objetivo de cumprir os 42 quilômetros que compõem uma maratona em menos de duas horas.
Em Monza, na Itália, os atletas Eliud Kipchoge, Zersenay Tadese e Lelisa Desisa tentaram bater esse recorde.
O melhor tempo foi de Kipchoge, que terminou a prova com 2:00:25, batendo o recorde mundial atual em 2 minutos e 32 segundos.
O resultado não foi considerado oficial por não seguir as regras da International Association of Athletics Federations.
Apesar de ser um evento fechado, qualquer pessoa com acesso à internet e redes sociais conseguiu acompanhar a preparação dos atletas, a corrida e a tecnologia utilizada durante o evento.
Para a marca, a ação não representou apenas uma corrida. Foi um momento de compartilhar dados de performance de um atleta de ponta e inspirar toda uma comunidade de corredores pelo mundo.
transmissão ao vivo da corrida teve mais de 550 mil visualizações. Segundo a ferramenta Brandwatch, a Nike teve quase 600 mil menções nas mídias sociais, com a hashtag #Breaking2 sendo usada mais de 400 mil vezes.

Competição e tecnologia

Os resultados alcançados pela Nike mostram uma tendência mundial no mundo esportivo.
Com a tecnologia dos vestíveis e o compartilhamento de dados de performance, corredores conseguem medir, registrar e comparar seu desempenho em tempo real.
Em um estudo recente publicado na Nature Communications, Sinan Aral e Christos Nicolaides, pesquisadores da MIT Sloan School of Management, registraram os padrões diários de exercícios, localizações geográficas e laços de redes sociais de mais de 1 milhão de pessoas que correram mais de 350 milhões de quilômetros em cinco anos.
Os cientistas conseguiram evidências de que o exercício físico é socialmente contagioso e que seu poder de contágio varia de acordo com os níveis de atividade e relações de gênero entre amigos.

Efeitos sociais no comportamento de corredores – S. Aral e C. Nicolaides Nature Commun. 8, 14753, 2017

Os corredores de menor desempenho influenciam os corredores de maior desempenho, enquanto o contrário não é verdade.
A maioria dos corredores neste estudo foi motivada por uma ambição de ​​manter-se à frente dos que apresentam menor desempenho do que eles.
E quando eles vêem seus amigos correr mais rápido e mais longe, eles se empenham em manter resultados maiores que os amigos.
Em relação ao gênero, os homens são afetados pelos padrões de corrida dos seus amigos do sexo masculino e feminino, enquanto as mulheres são influenciadas apenas por suas amigas.
De acordo com o estudo, foi possível concluir que pessoas que possuem muitos amigos em comum, proporcionam um incentivo adicional para acompanhar a performance dos amigos, pois há maiores oportunidades de recompensas sociais por comportamentos positivos dentro dos núcleos em comum.

Sensores e redes sociais

O estudo apresenta algumas evidências importantes sobre como os hábitos relacionados à prática esportiva podem se espalhar e, com isso, possam ser encorajados pela influência e pressão social.
Por causa disso, empresas esportivas podem ter cada vez mais sucesso em ações que unam sensores e redes sociais no lugar de campanhas de marketing tradicionais.


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