Há algumas décadas, os robôs começaram a substituir humanos nas fábricas, assumindo tarefas repetitivas e de risco. Com o avanço da inteligência artificial, máquinas tornam-se cada vez mais capazes de realizar trabalhos intelectuais especializados.
Um exemplo disso é o trailer do filme Morgan feito pelo Watson (disponível abaixo). A plataforma de computação cognitiva da IBM estudou centenas de trailers de filmes de terror e suspense para sugerir as 10 principais cenas a serem incluídas no vídeo.
O computador ainda não chegou ao ponto de ser capaz de entregar um vídeo editado, mas essa é somente a primeira tentativa.
É surpreendente que um trabalho considerado artístico e criativo como esse já esteja ao alcance de máquinas.
Além de ser utilizado em áreas como finanças e medicina, o Watson já venceu uma partida do programa de auditório Jeopardy! e foi coautor de um livro de receitas.
O avanço da inteligência artificial não para por aí. Um estudo da Forrester Research apontou que, até 2025, os robôs vão substituir 7% dos postos de trabalho nos Estados Unidos.
Na realidade, esse é o total da conta. Os robôs vão assumir 16% dos postos de trabalho e, para sustentar sua operação, será criado o equivalente a 9% das posições atuais.
Surgirão vagas para profissionais que monitoram robôs, cientistas de dados e especialistas em automação, entre outros. As atividades de escritório e administrativas serão as mais afetadas pela automação.
Até os jornalistas não estão livres desse movimento. Já existem sistemas inteligentes que escrevem notícias sobre resultados de empresas, movimentos do mercado financeiro e partidas esportivas.
A máquina ainda não consegue, no entanto, produzir textos mais complexos.
Sem motorista
Outro setor que deve ser um dos mais afetados é o de transporte, principalmente por causa dos carros autônomos, segundo uma reportagem publicada recentemente pelo Guardian.
Ontem (14/9), o Uber começou um piloto com carros autônomos em Pittsburgh (EUA). A empresa colocou na rua 14 Ford Fusions e, durante os testes, os automóveis ainda carregam um piloto de segurança.
Um estudo da PricewaterhouseCoopers prevê que, se todos recorrerem a serviços como o Uber com carros autônomos, a frota de veículos em circulação nos Estados Unidos pode cair 99%, passando de 245 milhões para 2,4 milhões de carros.
O empreendedor Zack Kanter estima que, até 2025, os carros autônomos podem acabar com 10 milhões de empregos nos EUA.
Esse número inclui motoristas, trabalhadores das montadores e das fabricantes de autopeças, de oficinas mecânicas, de postos de gasolina e de seguradoras, entre outros.
Depois de ser uma promessa por décadas, a inteligência artificial passou a evoluir rapidamente. Mais do que pensar nos empregos destruídos, é importante que preparar profissionais para os postos de trabalho que serão criados pela proliferação de robôs.
Em seu livro Para onde nos leva a tecnologia, o jornalista Kevin Kelly, ex-editor da Wired, afirma que, quando as máquinas conseguirem exercer todas as atividades produtivas atualmente restritas aos humanos, ainda caberá a nós criar tecnologias e novos usos para elas.