As discussões em torno do 5G fazem com que as discussões sobre O-RAN (sigla de Open Radio Access Network ou rede aberta de acesso via rádio) também ganhem espaço entre empresas, operadoras e entidades do setor de telecomunicações.
Isso porque as possibilidades trazidas pela O-RAN são inúmeras e por isso elas são consideradas a próxima geração de infraestrutura de redes sem fio.
Entretanto, a implementação dessas redes traz alguns desafios que precisam ser analisados e testados com cuidado.
O que é O-RAN?
Uma RAN oferece acesso de rádio e auxilia na coordenação de recursos de rede em dispositivos sem fio, já os dispositivos se conectam à rede celular por meio de conexões LTE ou 5G.
A arquitetura O-RAN é a base para a construção de uma RAN virtualizada em hardware aberto e nuvem, com controle de rádio alimentado por inteligência artificial (IA).
A O-RAN ressalta os objetivos de desempenho de RAN para 5G simplificados por meio de atributos comuns de eficiência, inteligência e versatilidade.
Uma RAN aberta implantada nas extremidades da rede beneficiará aplicações 5G, como veículos autônomos e a internet das coisas (IoT), suportará casos de uso de segmentação de rede de forma eficaz e permitirá atualizações seguras e eficientes de firmware por via aérea.
Desafios
Um dos principais desafios do O-RAN é que, por ser um ecossistema aberto, existem muitos fornecedores envolvidos, o que pode levar à tentativa de isenção de responsabilidades quando a identificação de um problema for inconclusivo.
No modelo de fornecedor único, a responsabilidade é estabelecida e o isolamento e solução de problemas são gerenciados por meio de uma estrutura de comando estabelecida.
Essas complicações de identificação de problemas e isenção de responsabilidade podem levar a atrasos nos cronogramas e comprometer a eficiência das redes.
Além disso, a interoperabilidade flexível em RAN aberta também traz desafios para os testes e a integração. Para cumprir a promessa de despesas operacionais (opex) reduzidas e custo de aquisição (TCO) da O-RAN, as operadoras devem assumir a responsabilidade por elementos desagregados de vários fornecedores e garantir que estes operem em conjunto para manter os padrões.
Para garantir a perfeita implementação da O-RAN é necessário utilizar de ferramentas que atendam do laboratório ao campo. Isso inclui envolver, no nível de componentes, os testes, avaliações de combinação de fornecedores para validar função, desempenho, robustez e resiliência de combinações específicas e testes de conformidade de protocolo para interfaces abertas.
A avaliação holística de combinações múltiplas e testes no nível de sistemas é essencial para o sucesso e a conformidade com as especificações da O-RAN.
- Everton Souza é engenheiro de Soluções Wireless da Viavi