Os drones está em ascensão no Brasil. Os veículos aéreos não tripulados começam a mudar a agricultura e a ser adotados em outros setores, como segurança e publicidade.
A transformação do mercado brasileiro por drones foi tema de debate do último dia de DroneShow, realizado em São Paulo.
Para o organizador do evento, Emerson Granemann, apesar de os veículos aéreos não-tripulados serem usados majoritariamente para fins militares, com a regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), novos modelos de negócio surgirão no País.
“Atualmente, 90% dos drones são destinados ao uso militar e apenas 10% são de área comercial, na maioria agricultura. Mas isso está mudando e, com a futura regulamentação, outros setores serão amplamente impactados”, afirmou Granemann, durante palestra sobre empreendedorismo no Brasil.
Contratos
Ricardo Cohen, diretor da RCView, garantiu que o mercado de segurança no Brasil será um dos primeiros beneficiados após a regulamentação.
“Esse é um mercado que não tem muitas empresas, até porque precisa de muita aplicação do Exército para funcionar. No entanto, o governo e as empresas de segurança privada já perceberam que o crime organizado hoje tem mais tecnologia que eles.”, disse Cohen, que já firmou pré-contratos que aguardam a decisão da Anac.
Outro setor que já começou a usar o dispositivo e deve ser transformado é o de publicidade. Para Guilherme Barbosa, diretor da Caraca Imagens, os clientes de agência já perceberam o potencial dos drones.
“Hoje, poucas agências sabem usar drones, mas todos acham muito bonito comerciais de carro, nossa especialidade. Para entrar nesse mercado é preciso ter um produto muito bom e para isso é preciso investir muito dinheiro”, disse.
Entre as principais dificuldades causadas pela falta de regulamentação, segundo Barbosa, está a impossibilidade de contratar empresas brasileiras de seguros para proteger os aparelhos. “Preciso contratar empresas de seguro fora do País”, explicou.
Segundo Granemann, estima-se que, após a regulamentação, o mercado de drone movimentará R$ 200 milhões em 12 meses no Brasil. “Esperávamos o começo desse faturamento desde janeiro, mas ainda não aconteceu”, concluiu.