O Vale do Silício, nos Estados Unidos, concentra gigantes da tecnologia e o mais rico ecossistema de inovação do mundo.
A crise causada pelo novo coronavírus, no entanto, mostrou os limites do modelo de inovação da região, segundo a Technology Review:
“Somos ótimos em criar soluções brilhantes, principalmente orientadas por software, que tornam nossa vida mais conveniente de várias maneiras. Mas temos muito menos êxito em reinventar a assistência médica, repensar a educação, tornar a produção e a distribuição de alimentos mais eficientes e, em geral, aplicar nosso conhecimento técnico aos maiores setores da economia.”
O investidor Marc Andreessen, cuja Netscape foi responsável por tornar a web popular na década de 1990, lamentou a incapacidade atual dos Estados Unidos de fabricar e construir:
“Esperamos que nossos cientistas inventem tratamentos e uma vacina, mas talvez não tenhamos as fábricas necessárias para escalar sua produção. E, ainda assim, veremos se podemos implantar terapias ou uma vacina com rapidez necessária – os cientistas levaram cinco anos para obter a aprovação de testes regulatórios para a nova vacina contra o ebola, após o surto de 2014, ao custo de muitas vidas.”
Pesa ainda na avaliação do Vale do Silício o caso da Theranos, em que uma startup da região prometeu revolucionar o mercado de saúde, com resultados desastrosos.
Indústria e pesquisa
No Brasil, pesquisadores trabalham em dois projetos de vacinas contra a covid-19, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e na Universidade de São Paulo (USP). Nossos cientistas estão engajados no esforço mundial de combate ao coronavírus.
Mas a crise chegou por aqui num momento em que o investimento em ciências está em baixa e em que a indústria enfrenta dificuldades que começaram bem antes da pandemia.