O sistema de direção elétrica (EPS, na sigla em inglês) é um componente com relevância crescente no mercado automotivo.
Além de ser cada vez mais utilizada pelas montadoras, a direção elétrica é uma das principais tecnologias que vão viabilizar o futuro do carro autônomo.
A thyssenkrupp tem aumentado seu foco nesse mercado. Nos últimos anos, a empresa aumentou significativamente a sua participação para obter a liderança global também no segmento de direção elétrica.
E o Brasil, um dos principais mercados para a thyssenkrupp, entrou no mapa da fabricação do produto.
Afinal, a planta situada em São José dos Pinhais (PR) – que, em 2019, celebra 20 anos – já faz a montagem de sistemas de direção elétrica.
Assim, a empresa e o mercado local se preparam para o futuro da indústria. E há um mar de oportunidades.
“A coluna de direção elétrica é parte essencial para aplicação da tecnologia de carros autônomos”, afirma Luciano Farias, CEO da divisão Steering da thyssenkrupp no Brasil.
O futuro com a thyssenkrupp
Primeiramente, a direção elétrica é um pré-requisito para os sistemas de assistência eletrônica. Por exemplo: assistência de estacionamento, controle de faixa, controle de distância e frenagem automática.
Um bom componente de direção elétrica irá permitir uma caminhada mais segura e rápida em direção aos carros autônomos e semiautônomos.
Colabora, também, para aumentar a eficiência energética dos veículos, já que os movimentos do motorista são auxiliados por um motor elétrico, que só é ativado quando a unidade de controle avalia que o motorista realmente precisa de ajuda. A economia de combustível pode chegar a meio litro para cada 100 quilômetros percorridos, comparada a um sistema hidráulico convencional.
Além disso, Farias destaca a importância de ter uma boa integração entre o software e o hardware.
“Nós temos um diferencial de desenvolver nossos próprios hardware e software do sistema de direção elétrica. Como desenvolvedor do software que controla a direção do veículo, temos uma biblioteca de soluções que nos permite aplicações diferentes, desde veículos mais simples aos mais complexos”, diz Luciano Farias, da thyssenkrupp.
“A perfeita interação entre essas partes é essencial para termos a dinâmica e a sensação de movimento necessárias nos automóveis”.
Complexidade
Para produzir um produto como o sistema de direção elétrica, a empresa se vale de uma série de tecnologias embarcadas.
Os sistemas de direção eletromecânicos compreendem mais de 400 peças e quase 300 mil linhas de código de software.
Assim, todo o sistema foi desenvolvido por uma equipe com mais de 600 engenheiros no Centro de Desenvolvimento de Software para sistemas de direção em Budapeste, capital da Hungria.
“Um dos grandes benefícios é o fato de a thyssenkrupp ter iniciado o desenvolvimento do sistema elétrico em parceria com montadoras como BMW e Mercedes-Benz. A partir das soluções encontradas para esses clientes, coletamos benefícios para atender a uma ampla gama de veículos”, explica Luciano Farias.
Na Hungria, as equipes trabalham em vários projetos relacionados a novas tecnologias de direção para veículos autônomos. Dentre eles, destaca-se o sistema steer-by-wire, que não requer uma ligação mecânica direta entre o volante e as rodas do automóvel.
Há, também, um interesse na interface em que as informações do sistema de detecção do ambiente são transmitidas da unidade de controle central para o chassi, ou seja, o sistema de direção, freios e amortecedores.
Essa interface é o ponto de partida para o desenvolvimento de sistemas de controle integrados para aprimorar a condução autônoma.
Luciano Farias destaca que são tecnologias que, num futuro breve, devem fazer parte do cotidiano das pessoas.
“A cobertura dos sistemas de direção elétrica deve chegar a 85% em três ou 4 anos. Depois, mais pra frente, será o momento de aplicar essas tecnologias para impulsionar o carro autônomo”.
Brasil
Dos 600 engenheiros do Centro de Desenvolvimento de Software da thyssenkrupp na Hungria, por exemplo, cerca de 20 são brasileiros.
“É um mercado muito interessante para desenvolvermos, seja do lado de inteligência ou de competências de profissionais capazes de desenvolver a tecnologia localmente.”