Inove ou morra, frase que vem ressoando dentro das empresas. A questão que fica é: como trazer a inovação?
Nas organizações que visam lucro, inovar pode ser entendida como “criação de novos produtos e serviços com valor de mercado”.
Sendo que, neste caso, existe uma estrita relação entre a perspectiva tecnológica (inovação em tecnologia) e a perspectiva comercial (geração de valor).
Além do desalinhamento destas perspectivas leva a falha do processo de inovação.
Perspectivas da inovação
Assim, neste sentido, a gestão da inovação é ferramenta fundamental, permitindo que empresas continuem a introduzir inovações em produtos e serviços em mercados competitivos.
Fato tal que requer a criação de uma plataforma de investimento que envolve incertezas, intrínsecas ao processo de inovação, mas que podem corroer margens de lucro e matar a inovação.
No entanto, a gestão da inovação possibilita gerenciar e mitigar as incertezas por meio do uso massivo de dados.
Além disso, entre estes dados, estão as patentes que fornecem vasto campo de informações essenciais ao processo de inovação.
Ao acompanhar diversas organizações na empreitada para inovar no mercado, notamos fases em que o uso de informações disponíveis em patentes é essencial.
Assim, montamos um guia rápido que associa informações extraídas das patentes com as fases do processo de inovação: identificação, seleção, aquisição, exploração e proteção.
Passo a passo
Na fase de identificação, a organização prospecta tecnologias de interesse para geração de valor futuro.
Nesse momento, deve-se optar pelo mapeamento tecnológico de patentes, que fornece uma visão geral e ampla da distribuição de tecnologias e seus desenvolvedores.
Já na seleção, a organização seleciona tecnologias críticas para inovação, momento em que decide se desenvolverá internamente a tecnologia ou licenciará a tecnologia (make it or buy it).
Além disso, deve-se realizar uma análise de validade, que fornece visão sobre a amplitude do escopo de proteção de uma patente e sua validade.
Seguindo o processo de inovação, na aquisição a empresa adquire ou assimila a tecnologia de um terceiro (buy it) que, no caso de patentes, requer o licenciamento de uso da tecnologia.
Momento esse em que um estudo de valoração fornece uma projeção de valor para aquisição da patente com base nas perspectivas de mercado para aquela tecnologia.
A seguir, na fase de exploração, a organização incorpora a tecnologia em seu portfólio visando exploração comercial.
Assim, neste momento, deve-se optar por uma análise de liberdade de exploração, que fornece uma visão clara de potenciais riscos de infração de direitos patentários de terceiros.
Por fim, na fase de proteção, a organização define uma estratégia de proteção de tecnologias desenvolvidas internamente (make it).
Neste momento, deve-se realizar uma análise de patenteabilidade, que fornece uma visão clara do potencial de patenteamento de uma tecnologia frente ao estado da técnica.
Ao seguir essas fases e usar informações disponíveis em patentes, as organizações são capazes de inovar sem medo, reduzindo as incertezas e dando continuamente vida a novos produtos e serviços.
- Leandro Alcântara é especialista em patentes da Daniel Advogados.