Pessoas são chave para a ruptura tecnológica

As pessoas são a grande chave para um processo de transformação / Renato Cruz/inova.jor
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As pessoas são a grande chave para um processo de transformação / Renato Cruz/inova.jor
As pessoas são a grande chave para um processo de transformação / Renato Cruz/inova.jor

Analisando os principais livros e pesquisas internacionais sobre ruptura tecnológica, percebe-se um alvoroço sobre impactos das tecnologias digitais no futuro dos negócios.

Os grandes números publicados por novos especialistas em gestão sugerem uma taxa de mortalidade alta para as empresas tradicionais.

Além de novas tecnologias surgindo e gerando desemprego, bem como um futuro incerto para a humanidade. Será?

Dados recentes do MIT e suas publicações acadêmicas conceituadas indicam que as organizações terão um grande impacto na sua produtividade.

E, obviamente, no seu futuro, caso combinem três fatores: tecnologias digitais, inovação e gente.

Assim, nada além do que sempre foi praticado, considerando que o maior peso não estaria para as novas tecnologias digitais, mas para o tema “gente”.

Desafios

Hugo Ferreira Braga Tadeu, da FDC / Divulgação
Hugo Tadeu, da FDC / Divulgação

Portanto, eis que surge um grande desafio. Estariam as organizações preparadas para a ruptura tecnológica com executivos atuais? O engajamento para o processo de mudança, bem como a cultura da inovação estariam sendo realmente trabalhados? Os modelos de negócio estariam sendo desenvolvidos para um novo contexto ágil?

Finalmente, equipes de gestão de pessoas estão compreendendo as novas necessidades organizacionais?

De uma forma geral, não resta dúvida sobre quanto as organizações continuam tradicionais.

Estratégias ainda são formuladas a partir de modelos trazidos de escolas americanas. Indicadores de resultado refletem processos industriais. Orçamentos são uma grande tentativa de previsão de crescimento baseados em modelos lineares.

Por fim, as equipes de gestão de pessoas mais parecem grandes departamentos de contratação de suprimentos, do que necessariamente de gente.

Ao mesmo tempo, percebe-se uma lentidão na tomada de decisão pelos conselhos e diretores, dada a paralisia pelo não entendimento do grande momento em que estamos vivendo.

Trabalho e ruptura tecnológica

Pois bem, ao tratar o tema da ruptura tecnológica, o grande diferencial percebido deveria ser com quem trabalhamos. As pessoas são a grande chave para um processo de mudança.

Por natureza, a inteligência artificial não é mais nenhum segredo. Muito menos a gestão de dados e o desenvolvimento de algoritmos.

Para as melhores funcionalidades tecnológicas, é preciso gente qualificada e um processo de curadorias de dados, em que especialistas são a chave.

Logo, trabalhar a cultura da inovação seria um grande diferencial competitivo. Isto é, experimentar deveria ser valorizado, obviamente de forma consciente e buscando o desenvolvimento de novas soluções.

Exemplos

Analisando casos das empresas que mais crescem no mundo, segundo dados de empresa de consultoria, os diferenciais são a capacidade de combinar gente experiente com jovens talentos na formulação de estratégias digitais.

Tudo na busca por modelos maduros de negócios, programas de capacitação e retenção de talentos, times multifuncionais e na criação de uma cultura ágil.

Talvez, o principal turbilhão do momento não seja tecnológico. Afinal, se voltarmos no tempo, vários outros momentos similares aos atuais já foram vividos.

Da invenção das máquinas a vapor, da energia elétrica, do motor a diesel, dos computadores portáteis até mesmo ao bug do milênio. Sempre as organizações foram ameaçadas por alguma externalidade.

Aquelas com gente capacitada, treinada e muito bem estabelecidas ao contexto organizacional continuam a fazer história.

Afinal, para tanto, o papel da equipe de gestão de pessoas é estratégico. De uma agenda baseada em remuneração, controle e resultados, talvez fosse mais interessante a criação de um ambiente favorável ao processo de experimentação.

Depois, ainda, autonomia decisória. E, claro, na boa e velha política de treinamento para a formação dos novos conhecimentos necessários ao mundo moderno.

A criação do trabalho do futuro virá desse processo. Não das novas tecnologias, como tanto propagado.

A conexão entre gente, processos de mudança, cultura de inovação, novos modelos de negócio e agilidade podem construir a real ruptura necessária. Além de uma agenda de crescimento relevante.

  • Hugo Ferreira Braga Tadeu é professor e integrante do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral. Ele escreve mensalmente para o inova.jor.

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