A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é uma joia da inovação no Brasil, mas enfrenta tempos difíceis e precisa se reinventar, segundo a Economist.
Antes da criação da Embrapa, em 1973, o cerrado brasileiro era considerado impróprio para a agricultura. Foi graças ao trabalho da estatal que o país tornou-se um grande exportador de commodities agrícolas.
No ano passado, a estatal deu de retorno à economia R$ 36 bilhões, mais de 10 vezes o seu orçamento.
Mas a revista britânica destaca que, de acordo com seus críticos, quase 90% da contribuição econômica da Embrapa vêm de pesquisas realizadas em seus primeiros 25 anos.
“Sete áreas de pesquisa, incluindo arroz e feijão, não deram retorno no ano passado”, aponta a publicação.
Mais competição
De acordo com a Economist, parte das críticas têm origem no fato de que, desde a década de 1990, a Embrapa enfrenta mais competição, de empresas estrangeiras como Bayer e Syngenta.
O ministra da Agricultura, Blairo Maggi, defende que a estatal concentre esforços em áreas em que as gigantes internacionais não atuam, como pesquisas sobre a combinação de criação de gado e agricultura para melhorar as condições do solo.
Outro problema apontado pela revista é a estrutura de custos da empresa. Setenta por cento do orçamento são consumidos em folha de pagamento e somente 2% em equipamentos de laboratório e testes de campo.
Neste ano, a Embrapa consolidou 17 unidades administrativas em seis e fechou quatro de seus 46 escritórios regionais.