Mundo automatizado demanda um novo modelo educacional

No Brasil, 34% das universidades utilizam tecnologia na sala de aula / Renato Cruz/inova.jor
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Modelo educacional: No Brasil, 34% das universidades utilizam tecnologia na sala de aula / Renato Cruz/inova.jor
No Brasil, 34% das universidades utilizam tecnologia na sala de aula / Renato Cruz/inova.jor

Apesar da retórica de parte da mídia sobre a ameaça da globalização aos empregos, de maneira geral, especialistas acreditam que o ritmo incansável da automação também ameaça tornar obsoletos muitos trabalhos bem estabelecidos.
Enquanto a automação compromete o trabalho físico previsível, a coleta e o processamento de dados aumentam a necessidade de outras habilidades.
A aplicação do conhecimento para tomar decisões se tornará cada vez mais importante, juntamente com o gerenciamento de pessoas, a colaboração e a criatividade.

O papel da educação

Lars Janér, da Instructure / Divulgação
Lars Janér, da Instructure / Divulgação

Educadores possuem um papel crucial em preparar os futuros profissionais com pensamento crítico e habilidades de conhecimento aplicado para corresponder às demandas desse novo mercado de trabalho.
Mas, enquanto há uma maioria que se move para um aprendizado mais flexível e independente, o ensino tradicional, repetitivo e o conhecimento teórico ainda são priorizados por muitas instituições.
Ao invés de encorajar o desenvolvimento de habilidades estreitas que, definitivamente, poderão ser comoditizadas, a educação deve encorajar o desenvolvimento para produzir profissionais com um mindset variado, que se adaptam e são multiqualificados.
Priorizar o aprendizado prático é uma significativa mudança pedagógica para o ensino tradicional e é compreensível que essa mudança possa ser encarada com ressalva pelas escolas tradicionais.

Novo modelo educacional

Esse tipo de reorientação requer uma grande transformação pedagógica que acredita na habilidade dos estudantes em aprender de forma independente e, ainda evita a “decoreba” – modelo tradicional das salas de aula.
Empoderado, confiante e autodirecionado, o aluno que for capaz de adquirir, questionar e contextualizar a informação será um profissional adaptável e influente porque terá as habilidades de pensamento crítico e de investigação necessárias nesse novo modelo de mercado.
Talvez, inversamente, também haja uma colaboração muito maior, incluindo vínculos mais estreitos com a indústria e a adaptabilidade que aparecem com o compartilhamento de ideias e o conhecimento de fontes variadas.
Essa mudança fundamental exige um novo método de entrega, tornando a tecnologia não mais um luxo, mas uma necessidade importante para oferecer novas habilidades e prioridades.

A essência da tecnologia

Provavelmente não é surpresa que, enquanto todos os níveis de educação se beneficiam das tecnologias, são as universidades que lideram o caminho na adoção de tecnologia.
Pesquisa realizada pela Instructure mostrou que 34% das universidades brasileiras utilizam tecnologia na sala de aula – 9% mais do que no ensino médio. E 81% das universidades permitem colaboração online com outros alunos.
Universidades usam tecnologias de apoio à aprendizagem para proporcionar um ambiente colaborativo e autodirigido, onde os estudantes são capazes de desenvolver novas habilidades, aplicar conhecimento, obter melhores resultados e até mesmo estabelecer vínculos com o mercado de trabalho.
Crucialmente, a tecnologia bem implementada – adotada numa instituição – pode influenciar não apenas no que aprendemos, mas como aprendemos.
Os sistemas de aprendizagem on-line podem ajudar a desenvolver habilidades de pensamento crítico e facilitar a aplicação do conhecimento, tornando a educação uma experiência muito mais prática e tangível.

Admirável mundo novo

Um mercado de trabalho digital e automatizado apresenta oportunidades significativas, permitindo que aqueles que abraçam modelos de negócios digitais sejam mais inovadores, mais rápidos e mais competitivos, mas ainda há um trabalho importante a ser feito para ajudar as pessoas potencialmente alheias às mudanças tecnológicas.
Hoje, os jovens começam a jornada de trabalho em um mercado desconhecido e de mudanças rápidas.
Ao perceber que as instituições empresariais já conduzem uma abordagem baseada na qualificação da educação, as instituições acadêmicas podem aprender como fazer essas mudanças fundamentais de ensino e aprendizagem, apoiando a próxima geração no sucesso da carreira.

  • Lars Janér é diretor da Instructure para a América Latina

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