Como o big data das telecomunicações pode ajudar as cidades

Showroom da Oi em São Paulo tem demonstrações de internet das coisas e big data / Renato Cruz/inova.jor
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Cidades: Showroom da Oi em São Paulo tem demonstrações de internet das coisas e big data / Renato Cruz/inova.jor
Showroom da Oi em São Paulo tem demonstrações de internet das coisas e big data / Renato Cruz/inova.jor

A análise das informações recolhidas pelas operadoras de telefonia móvel, como as mudanças na localização dos clientes durante o dia, abre uma grande possibilidade de melhora da vida nas cidades.
Problemas de áreas como mobilidade urbana, educação, trabalho, turismo e segurança podem ser mais bem entendidos a partir do tratamento desses dados.
A TIM já começou a atuar em big data para a administração pública, a partir de um acordo que fechou com a prefeitura do Rio de Janeiro durante a Olimpíada.
Essa também é uma aposta da Oi, que roda provas de conceito com algumas prefeituras. “Temos uma grande frente de big data e analytics”, afirma Cátia Tokoro, diretora de B2B da Oi.
O momento pelo qual a operadora passa não é fácil, depois de ela ter pedido recuperação judicial no ano passado.
“Neste momento mais desafiador para a gente, decidimos ter um cuidado cada vez maior com a qualidade”, diz a executiva.
O público-alvo das soluções de tecnologia da informação (TI) da Oi são clientes existentes e, segundo Cátia, a melhora dos indicadores de serviço ajuda a incentivar novos projetos.

Localização

Com 42 milhões de celulares em operação, a Oi tem 17% do mercado. Os dados gerados por seus usuários são uma boa amostra do comportamento da população em geral.
“O CDR (registro de chamada) é um grande ativo nosso”, explica Luiz Faray, diretor de TI de B2B da Oi. “Conseguimos acompanhar a concentração de pessoas num determinado local de minuto a minuto.”
Ele destaca que os dados dos clientes são anonimizados e usados estatisticamente.
Uma prefeitura consegue saber quantas viagens são feitas entre dois bairros, e em quais horários. “Isso ajuda no planejamento do transporte público”, destaca o executivo.
Numa capital do Nordeste, a Oi conseguiu descobrir que, em média, um aluno precisa se deslocar 4,5 quilômetros para ir de casa à escola.
A análise dessa informação pode ajudar a descobrir em quais bairros existe déficit educacional, ou se os estudantes têm opções de escolas mais próximas de seus bairros.
Também é possível descobrir de onde vêm os turistas e em que bairros eles ficam. “Durante o Carnaval, nesta cidade, ficaram em média 10,3 dias”, diz Faray.
Como o sistema está em teste, a Oi ainda não tem autorização de divulgar o nome do município.
“Neste momento, o sistema é capaz de analisar a situação”, afirma o executivo. “O próximo passo será prescrever melhoras.”

Publicidade

Da mesma forma que pode ser usada por cidades, as informações de comportamento dos usuários de celular podem se tornar uma ferramenta importante de marketing.
“O deslocamento diz muita coisa sobre alguém”, afirma Cátia. “Se é religioso, corintiano ou baladeiro. Num ensaio aqui, conseguimos traçar 56 possíveis perfis a partir de algoritmos de deslocamento.”
As informações de deslocamento podem ser combinadas às de consumos de serviços de telecomunicações. “Mesmo se o cliente é pré-pago, faz diferença se ele recarrega R$ 5 ou R$ 60 todo mês”, completa.
Segundo a diretora da Oi, os clientes são agrupados em clusters de determinado perfil para campanhas, e os anunciantes não têm acesso a informações de indivíduos.


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