Sempre gostei de protótipos.
A intensificação do estudo de temas como design thinking e U theory me reaproximaram do exercício da prototipagem e relembraram a força desse método para liberar o potencial criativo e envolver grupos na construção de uma visão de futuro na qual acreditam.
Processos de planejamento estratégico são naturalmente desafiadores.
Tentam antecipar o futuro sem nos dar a bola de cristal e nos força a enfrentar cara a cara nossas fraquezas sob o argumento de que as boas estratégias apenas serão eficazes se o fizermos com muita coragem.
Tudo isso é verdade, mas será que existem outras maneiras de fazê-lo?
Em minha opinião a resposta é afirmativa e minha experiência vem sendo bem-sucedida. Me permita compartilhá-la.
Na quase totalidade dos casos, os materiais são os causadores do primeiro impacto.
Raramente legos, bonecos, carrinhos, papel, pedras, moedas ou brinquedos fazem parte dos sisudos ciclos de planejamento estratégico.
A ansiedade causada, se bem utilizada, pode ser uma alavanca à experiência e tornar-se a cereja do bolo para uma experiência excelente.
Outro aspecto relevante é a oportunidade de, brincando, construir o futuro.
Não é diferente da época em que inventávamos super-heróis, construíamos castelos e imaginávamos tramas fantásticas, a não ser pelo fato de que estamos usando a mesma capacidade cognitiva para a construção de um cenário.
Se gostávamos antes, porque não gostaríamos agora?
Valorização dos detalhes
A construção conjunta é outra vantagem fundamental.
Gostamos de trabalhar em conjunto, de ser ouvidos e entendidos. A construção conjunta não envolve explicação, justificativas ou repreensão, mas dedicação e valorização dos detalhes que são construídos um a um.
É a contribuição individual para um futuro coletivo que se constrói de maneira orgânica e sutil tendo propostas sólidas, criativas e harmônicas como seus principais resultados.
Os benefícios não param aqui.
O fato de se colocar os dois lados do cérebro para trabalharem permitem que soluções que não seriam identificadas simplesmente pela análise lógico-racional venham à tona e acrescentem-se às soluções mais comuns, tornando o exercício completo e os cenários criados, concretos.
Assim, o protótipo dá sentido ao planejamento permitindo que os participantes visualizem caminhos para sua implementação e seus potenciais benefícios.
Experimente incluir a prototipagem como uma das ferramentas em seu planejamento e surpreenda-se.
- Alexandre Carrasco é fundador da Repensando Negócios