HANNOVER
Na chamada Indústria 4.0, as máquinas são conectadas e geram informações a partir de sensores. O software que controla o chão de fábrica está ligado ao sistema de gestão empresarial.
É possível receber eletronicamente os pedidos dos clientes e fabricar produtos personalizados sem paradas da linha de produção para reconfigurá-la.
Nesse cenário, o software tem um papel fundamental. “O Brasil é o terceiro maior produtor de software do mundo, e precisamos tirar proveito dessa posição”, afirmou Renato Buselli, vice-presidente sênior de Fábrica Digital da Siemens no Brasil, durante a Feira de Hannover, na Alemanha.
A Siemens demonstra no evento, que termina amanhã (28/4), o MindSphere, um sistema operacional em nuvem para internet das coisas.
Aplicativos para fábrica
Trata-se de um software contratado com serviço, que capta os dados gerados por sensores de máquinas e permite analisá-los, por meio de aplicativos criados pela Siemens ou por terceiros.
“Com a análise dos dados, é possível identificar tendências e abrir a porta para novos negócios”, destacou Buselli. No evento, a Siemens apresentou cerca de 50 aplicativos, desenvolvidos por parceiros como Atos, Accenture e Evosoft.
Lançado no ano passado na Alemanha, o MindSphere deve chegar este ano ao Brasil. Inicialmente, o sistema rodava na infraestrutura de nuvem da SAP, mas a Siemens também fechou acordos com a Microsoft e com a Amazon Web Services (AWS).
Com a análise de dados das máquinas em tempo real, é possível, por exemplo, identificar problemas antes que eles interrompam a produção e aumentar a eficiência da fábrica.
Um exemplo de uso do MindSphere está na própria fábrica de PCs industriais da Siemens em Karlsruhe, em que o monitoramento das máquinas responsáveis pelos testes dos computadores é feito por meio da plataforma.
No segundo semestre, a Siemens planeja lançar o MindSphere Rocket Club, um programa mundial de startups. A ideia do programa é apoiar as empresas anunciantes e colocá-las em contato com usuários da plataforma.
Competitividade da indústria
A Indústria 4.0 é uma oportunidade para as empresas brasileiras retomarem a competitividade. “A indústria brasileira precisa estar conectada ao mundo”, afirmou Buselli.
Ele citou, entre os setores estratégicos no Brasil, o agronegócio, indústria automobilística, aeroespacial, de bebidas e de vestuário. “Não faz mais sentido proteger todos os setores”, disse o executivo.
- O jornalista viajou a convite da Siemens