Os hábitos de consumo de conteúdo têm mudado rapidamente, ante o aumento de oferta de conteúdo sob demanda e da disponibilidade de redes ópticas.
No próximo dia 28, a NEOTV promove seu evento de encerramento do ano, em que será entregue o Prêmio NEOTV 2016.
O encontro contará com a presença de autoridades como André Borges, secretário de Telecomunicações do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e Alfredo Bertini, secretário de Audiovisual do Ministério da Cultura.
“A perspectiva é que os representantes do governo nos digam como veem questões de políticas voltadas para as pequenas empresas”, afirma Alex Jucius, diretor executivo da NEOTV. “Além disso, vamos promover um verdadeiro encontro com praticamente toda a indústria de telecomunicações.”
Com mais de 120 associados, a NEOTV reúne operadoras de TV por assinatura, provedores de internet, fornecedores de soluções e serviços, fabricantes e distribuidores de equipamentos e distribuidores de conteúdo.
O 4º Prêmio NEOTV, cuja votação acontece pela internet, vai apontar as empresas que se destacaram no setor, tanto canais e programadores quanto operadoras e fornecedores.
“É um reconhecimento do trabalho que essas empresas fazem pelo interior do Brasil, com pouco apoio, incentivo do governo ou linhas de crédito”, diz Jucius.
As inscrições para o evento estão disponíveis no site. A seguir, confira trechos da entrevista com Alex Jucius.
Este ano foi difícil para empresas do setor. O que esperar para o próximo ano?
Acho que perspectiva em 2017 é que o ano seja um pouco melhor do que este, que foi bastante duro principalmente para TV por assinatura. Será um ano de bastante debate, principalmente a respeito da distribuição de conteúdo, de modelos e da participação do operador nessa nova cadeia de distribuição. Assim, devemos entender melhor para qual direção o mercado de distribuição de conteúdo audiovisual vai caminhar.
Qual foi o impacto dos serviços prestados via internet para o mercado?
A partir do surgimento das OTTs (sigla de over the top), que permitem a venda do conteúdo diretamente ao assinante, passa a haver um questionamento do modelo de TV por assinatura. Esse não é um debate apenas do Brasil, mas global, que envolve também a questão da neutralidade de rede. Eu vejo que os modelos vão coexistir.
Como assim?
As pessoas vão ter cada vez mais opções de contratar seu próprio conteúdo. Não serão obrigadas a contratar um pacote de canais que, de repente, não querem. Vivemos um momento de transformação na história de uma indústria que há muitos anos funciona da mesma maneira, e agora o público quer ter mais opções.
E como ficam os atuais players nesse novo cenário?
Acredito que o operador vai continuar a ter um papel relevante. Especialmente quando se fala da NEOTV e de pequenas empresas no interior do Brasil, muitas vezes uma OTT fica muito distante da realidade dessas cidades.
Como o senhor vê a migração dos clientes para conteúdos sob demanda?
Acho que é o mesmo movimento das OTTs, de poder assistir e ter liberdade de escolha conforme a própria conveniência. Tudo isso, na verdade, quebra um paradigma muito grande no consumo, na distribuição e na própria monetização do conteúdo. É possível criar cada vez mais alternativas para ganhar dinheiro, de maneira mais fragmentada. Assim será possível cobrar menos e atrair mais cliente para o produto.
Quais serão os principais focos de investimento no próximo ano?
Sem dúvida, a maior parte dos investimentos será direcionada à fibra óptica. Esse é o caminho que grande parte dos operadores tem seguido, migrando boa parte de suas redes para chegar com fibra na casa do assinante ou o mais próximo possível da casa. A tendência é ter cada vez mais fibra na vida das pessoas.