O acidente fatal envolvendo um carro da Tesla no piloto automático, divulgado ontem (30/6) nos Estados Unidos, fez retomar a discussão sobre a segurança dos veículos autônomos.
Afinal, os carros inteligentes são seguros?
O estudo Connected Cars: The Open Road For Hackers, da FireEye Intelligence, responde que muito pouco.
A vulnerabilidade a ataques de hackers é apontada como o principal motivo para não confiar 100% nessa tecnologia.
Para a pesquisa, os dispositivos mais passíveis a ataque são aqueles responsáveis pela comunicação entre veículos, acesso às redes wi-fi, prevenção de colisões e sistema de monitoramento de pressão dos pneus.
Os ataques a esses dispositivos podem trazer problemas sérios como acesso físico não autorizado ao veículo, roubo de informações pessoais, capacidade de sequestro relâmpago e extorsão mediante infecção do sistema por vírus.
Modernização
Roberto Medeiros, diretor sênior de desenvolvimento de produtor da Qualcomm, defende que não há motivo para alarde. A Qualcomm é uma das empresas que produz plataformas para transformar carros em dispositivos mais inteligentes.
“Qualquer dispositivo que está conectado está sujeito a ataques e com veículos não é diferente. Seria exagero dizer que é impossível, mas não acredito que essa seja uma preocupação real”, diz Medeiros.
Para o executivo, a indústria automobilística está passando por um processo de modernização de sistemas. A fase atual consiste em ampliar a conectividade entre veículo-smarphone e veículo-passageiro.
“Acredito que só veremos carros totalmente autônomos a partir da próxima década. O próximo passo do setor será investir em comunicação entre veículos, pessoas e coisas, o chamado V2X”, afirma.
No sistema V2X será possível carros se comunicarem com pessoas, além de outros carros e objetos próximos a eles como postes de iluminação públicas colocados ao lado de uma via, compondo todo um sistema de cidade inteligente.
A segurança dessa conectividade, segundo o executivo da Qualcomm, é estudado desde a concepção das tecnologias.
“Além de estarmos sempre cuidando da segurança do que fazemos passamos, muitos anos projetando e testando antes de ir ao mercado. Posso dizer que hoje já estamos testando uma próxima etapa que está muito além do que vimos hoje nas ruas”, conclui.