Ontem (21/4), os fãs que tentaram homenagear Prince compartilhando suas músicas nas redes sociais não tiveram muitas opções. Suas canções não estão disponíveis nos serviços mais populares, como Spotify e Apple Music.
Mesmo no YouTube as escolhas são poucas, como a cover de “Creep” (no vídeo abaixo), do Radiohead, no Festival Coachella em 2008, ou uma versão de “My guitar gently weeps”, dos Beatles, ao lado do Tom Petty, Steve Winwood, Jeff Lynne e Dhani Harrison.
Prince foi encontrado morto ontem em seu estúdio doméstico, em Chanhassen, nos Estados Unidos. Ele teve seus maiores sucessos na década de 1980 e no começo dos anos 1990, e influenciou músicos tão diferentes quanto Pharrell Williams e Beck.
Em 2014, Prince tirou suas músicas do YouTube e, no ano passado, decidiu que o único serviço de streaming que teria suas músicas seria o Tidal, que pertence ao rapper Jay Z.
O serviço oferece a seus assinantes streaming de canções num formato de alta qualidade e, diferentemente de outros como o Spotify, não tem versão gratuita.
Em março deste ano, o Tidal revelou ter 3 milhões de assinantes, sendo 1,35 milhão no pacote de alta qualidade. Pode parecer bastante, mas é somente um décimo dos 30 milhões de pagantes que o Spotify tinha na mesma época e pouco mais de um quarto dos 11 milhões de assinantes do Apple Music.
Exclusividade
Os dois últimos álbuns de Prince, chamados HITNRUN, foram lançados exclusivamente no Tidal. É difícil dizer se a decisão de sair dos outros serviços de streaming fez algum sentido do ponto de vista dos negócios. O que dá para afirmar, com certeza, é que fez com que sua obra perdesse visibilidade.
Grandes sucessos de Prince só podem ser ouvidos de graça (e sem desrespeitar nenhuma lei) na voz de outros artistas, como é o caso de “Kiss”, na versão do Art of Noise, cantada por Tom Jones.