No ano passado, o Brasil perdeu assinantes de TV paga pela primeira vez. Foram cerca de 500 mil pessoas que desligaram seus serviços de cabo ou satélite. Parte disso foi resultado da crise. Outra parte foi uma tendência que já acontece há algum tempo fora do Brasil, chamada “cord cutting”.
“Cord-cutters” são pessoas que desistem do serviço porque se contentam com o vídeo disponível na internet. Nos Estados Unidos, além do Netflix, que também está no Brasil, existem dois grandes serviços de streaming que são o Hulu e o Amazon Prime Video. Isso sem contar o HBO Go, que só oferece conteúdo do canal de televisão.
Por aqui, também temos o Globo Play como ator importante nesse mercado. O HBO Go ainda não está disponível no País para quem não é assinante do canal na TV paga, mas essa opção deve chegar em breve.
Impacto do streaming
No ano passado, a TV norte-americana perdeu 3% de audiência e, segundo um estudo de Michael Nathanson, da MoffettNathanson, o Netflix foi responsável por metade dessa queda.
A estimativa é que os assinantes do Netflix nos EUA viram 29 bilhões de horas de vídeos em 2015 (no mundo, foram 42,5 bilhões de horas). Esse total representou 6% de uma categoria que a Nielsen, que mede a audiência da televisão naquele país, chama “live-plus-7” (audiência capturada até sete dias depois de o programa ir ao ar na primeira vez). Em 2014, a fatia da Netflix era de 4,4%.
A previsão de Nathanson é que a participação do Netflix no total de horas que os norte-americanos gastam vendo TV vai chegar a 14% em 2020.
Entre junho de 2013 e junho de 2015, o mercado norte-americano de TV paga perdeu 1,5 milhão de assinantes, de acordo com a Business Insider.