O mercado corporativo brasileiro passa por uma grande transformação digital que, por sua vez, demanda grande mudança na gestão e motivação de talentos.
Isso porque a tecnologia tem modificado todo o cotidiano dos profissionais, desde a forma de executar as tarefas, otimizar o tempo e definir portfólio até a maneira como a pessoa se relaciona com gestores, fornecedores e clientes, sua percepção do mundo e planejamento da carreira.
Nesse cenário destacam-se os avanços tecnológicos que impactam o trabalho diário, com a irrupção de tecnologias como inteligência artificial (IA) e robótica, cujo principal objetivo é liberar os profissionais de tarefas monótonas e repetitivas, para que se concentrem em ações mais estratégicas, com vertente mais humana e criativa.
Com o intuito de organizar o cotidiano e de ganhar produtividade são disponibilizados aplicativos e soluções com chatbots e analytics que auxiliam na programação das ações, trazem informações atualizadas sobre novidades, regras e decisões empresariais diretamente aos celulares dos colaboradores.
Essas soluções têm características sofisticadas e humanizadas, que permitem interação produtiva e autoaprendizado das soluções.
Atualmente, reuniões, treinamentos e viagens têm sido substituídos por conference calls, videoconferências e apresentações.
Conversas de corredor são realizadas por aplicativos, como WhatsApp, Live Message etc.
A logística do dia a dia também se transformou, com a incorporação frequente de plataformas disruptivas que garantem economia de custos e maior conforto aos usuários, como o uso do Uber, 99, Rappi, Loggi, Grow, etc., que deve crescer mais com adequações ao ecossistema e às exigências legais e fiscais de cada país.
Outra evolução com sérios impactos são as mudanças provadas na maneira como se produz e gerencia a relação da empresa com clientes, parceiros e fornecedores, com a adoção frequente de soluções de customer experience que têm aprimorado as ofertas e contribuído para negócios mais bem-sucedidos e sustentáveis, nos quais todos os envolvidos ganham.
Isto sem contar as mudanças nas relações sociais, que soma os perfis pessoais aos corporativos, entrando no mundo do trabalho, que tem o desafio de, mesmo assim, garantir a privacidade das pessoas, especialmente com a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em 2020.
Claro nesta questão específica, estamos falando especialmente dos chamados millenials, que tendem a se tornar maioria na massa laboral, possuindo objetivos essenciais e de trabalho distintos, e que já estão impondo seus valores e exigindo que a relação empresa–colaborador evolua para novos modelos, com horários mais flexíveis e mais dias de home office.
Enfim, todas as atividades hoje incluem o uso de alguma ferramenta tecnológica.
Os clientes evoluem
Os clientes estão evoluindo para a demanda de serviços que envolvem expertise tecnológica, conhecimento que muda com maior rapidez, pedindo cada vez mais comprometimento e dedicação.
Isso provoca um forte desajuste entre as necessidades exigidas e o modelo tradicional que as satisfaçam.
Para empresas que prestam serviços, o problema mais direto que se observa está relacionado à contratação (sourcing) e, em particular, em dois pontos.
Por um lado, a capacidade de acessar talento específico e especializado para atender à demanda.
E por outro, a rapidez na qual esse acesso ao talento se produz (desde a necessidade da demanda de talento até à satisfação e motivação da mesma).
O talento se transforma
Como mencionamos antes, os novos integrantes da força laboral estão mudando com relação aos objetivos essenciais e profissionais que são expostos na hora de entrar no mercado de trabalho.
Para esse novo perfil de potencial colaborador, o principal interesse não é crescer de maneira vertical em uma empresa e permanecer nela por anos.
Ao contrário, eles buscam realização pessoal e profissional por meio da especialização, de um crescimento horizontal que lhes permita deixar uma marca no que fazem, com a intenção de aproveitar uma vida de trabalho mais fluida, flexível e criativa.
Desse modo, o modelo econômico e de trabalho são alterados, sendo orientados, cada vez mais, a uma modelo de relação de trabalho horizontal em grande escala, profundamente baseado na tecnologia.
A consequência do cruzamento entre novas tecnologias e mudança de modelos de relação e paradigmas sociais é um mercado acentuadamente distinto do que conhecemos.
Para enfrentar esse desafio sem provocar um desajuste, que em larga escala será insuperável devido as tendências sociais e econômicas, as empresas precisam se adaptar a esses novos paradigmas.
Os modelos de sourcing atuais não satisfazem as mudanças ou se adaptam às tecnologias necessárias, nem aos novos meios de acesso a talento para satisfazer tal demanda.
Consequentemente, as empresas terão que identificar novos modelos que permitam acessar talento seguindo diversos pressupostos.
Em primeiro lugar, elas devem buscar o acesso ao novo talento altamente qualificado.
Além disso, o acesso deve ser um modelo sob demanda, de maneira escalável e adaptada aos níveis de exigência esperados, havendo também a necessidade de ser feito de modo integrado e complementar ao modelo atual, sem provocar atritos com a workforce atual e interna.
Esses objetivos poderão ser alcançados de maneira eficiente com a adoção de soluções plataformizadas, capazes de auxiliar as empresas a integrar progressões e soluções tecnológicas na gestão escalável da workforce híbrida, que combina os trabalhadores internos com os on-demand.
Desta forma, a junção de tecnologia (IA, automação, interações plataformizadas) com novos modelos de sourcing híbridos farão com que consultorias, como a everis, alcancem níveis de escalabilidade jamais vistos.
Mas isso já é outra história…
- Rita Souza é diretora de People da everis Brasil