Apesar de os sentimentos positivos serem predominantes entre os torcedores brasileiros, a estreia da seleção na Copa da Rússia causou vergonha.
Pelo menos foi isso que a torcida expressou no Twitter. A AP/Exata analisou 440.716 tuítes entre os dias 14 e 17 deste mês, para identificar as emoções do Brasil antes e durante o jogo contra a Suíça.
No início do jogo, o brasileiro estava bastante orgulhoso da Seleção, segundo a AP/Exata, com 61% de orgulho e 39% de vergonha.
A intensidade do orgulho atingiu 73% depois do gol do Brasil, com 26% de vergonha. Com o gol da Suíça, o sentimento se inverteu, para 53% de vergonha e 46% de orgulho.
Mas o sentimento positivo recuperou-se logo em seguida, para depois cair de novo ao fim do jogo, quando os torcedores perceberam que o empate seria o placar definitivo.
Depois do final da partida, a vergonha chegou a 61% e o orgulho caiu para 38%.
O resultado da estreia também fez o brasileiro ficar pessimista. Durante a maior parte do jogo, os sentimentos de otimismo e pessimismo ficaram bem balanceados.
Com o gol da Suíça, o pessimismo passou a predominar, intensificando-se depois da partida.
O torcedor passou a maior parte do jogo esperançoso. No início da partida, a esperança predominava com 70%, frente a 30% de descrédito.
No fim da partida, os dois sentimentos eram equivalentes.
Motivação
“O jogo envergonhou o torcedor, mas não o desmotivou a continuar torcendo pela seleção”, escreveu Sergio Denicoli, responsável pelo estudo.
Segundo ele, os sentimentos de esperança/descrédito ficaram focados na estreia da seleção.
Quando expressaram otimismo/pessimismo, no entanto, os torcedores misturaram as impressões sobre o jogo com sentimentos em relação ao país como um todo, citando questões econômicas e sociais.
“E, nesse quesito, acreditamos que um bom desempenho do Brasil na Copa poderá dar aos brasileiros um pouco mais de ânimo em relação ao país, pois a esperança está ali, sempre presente”, completou.
Com presença em Vitória, Brasília e Braga (Portugal), a AP/Exata é uma startup que trabalha com inteligência artificial, monitoramento de redes sociais e netnografia (análise de informações em meios online).
Sua metodologia tem como base o modelo de análise de emoções proposto por Robert Plutchik, professor da University of South Florida. Os algoritmos da empresa conseguem identificar até 32 sentimentos.