Internet das coisas cria oportunidades em circuitos integrados

Liderada por Murilo Pessatti, a Chipus desenvolve circuitos integrados para clientes globais / Divulgação
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Liderada por Murilo Pessatti, a Chipus desenvolve circuitos integrados para clientes globais / Divulgação
Liderada por Murilo Pessatti, a Chipus desenvolve circuitos integrados para clientes globais / Divulgação

Apesar de mais de uma década de políticas de incentivo, a indústria brasileira de semicondutores ainda é pouco desenvolvida.
Isso não é considerado obstáculo para a Chipus Microeletrônica, que desenvolve circuitos integrados para clientes no Brasil e, principalmente, no exterior.
Na próxima quinta-feira (30/11), a Chipus realiza em Florianópolis o evento ChipCon 2017, para discutir internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), Indústria 4.0 e microeletrônica.
Fundada em 2009, recebeu no ano passado investimento do Fundo Criatec II, que tem o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como um dos principais cotistas.
Em entrevista ao inova.jor, Murilo Pessatti, destaca as oportunidades trazidas pelo IoT para o desenvolvimento de tecnologia no País.

Quais são as oportunidades para empresas brasileiras de tecnologia no mercado de IoT?

Existem várias oportunidades e empresas já vêm atuando em agricultura e pecuária inteligente, por exemplo.
Ao prover serviços de monitoramento de diversas variáveis ambientais, de solo e clima, geram informações relevantes que melhoram a tomada de decisão e a produtividade agrícola.
Na pecuária inteligente, empresas começam a usar IoT para medir comportamentos dos bovinos em com algoritmos de inteligência artificial, prever a saúde do animal e a rentabilidade do leite ou da carne futura.
Em cidades inteligentes, existe um grande parque público de iluminação LED (sigla em inglês de diodo emissor de luz), que pode ser uma grande oportunidade.
Acredito também que a indústria pode se beneficiar dessa onda, melhorando seus processos produtivos.

A Chipus já desenvolveu projetos nessa área?

Temos atuado, sim, na área de IoT, provendo IPs (sigla em inglês de propriedade intelectual) e desenvolvendo chips completos para clientes no exterior.
Não podemos divulgar detalhes desses projetos, pois temos acordos de confidencialidade com nossos clientes. Porém, basta olhar o portfólio da Chipus para encontrar uma gama extensa de IPs de ultra-baixo consumo.
Esses blocos são fundamentais em aplicações de IoT, pois os dispositivos têm de ficar em campo por anos sem troca de bateria.
A Chipus tem, desde a sua fundação, foco no desenvolvimento desse tipo de circuito e contamos com soluções muito competitivas internacionalmente.

Qual é a sua opinião sobre o Plano Nacional de IoT?

Achamos que é um plano bastante ambicioso e necessário, uma iniciativa honrável do BNDES e do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações).
Estamos dando todo o apoio que podemos, inclusive compartilhando experiências da Chipus com clientes internacionais atuantes em IoT, na medida do possível, dado que muitos projetos têm acordos de confidencialidade.
Queremos contribuir para tornar o plano uma realidade. Esse é o maior desafio na nossa opinião.

O fato de as fábricas de componentes estarem em outros países é um desafio para a Chipus?

Não. A Chipus nasceu, desde o dia zero, pensando global.

O que precisaria ser feito para fortalecer o setor de semicondutores no Brasil?

Acreditamos que eventos como o ChipCon 2017 são iniciativas que faltavam no nosso ecossistema.
Apesar de o governo ter feito várias iniciativas de fomento, acho que a industria tem que ter a corresponsabilidade de tomar dianteira em certas iniciativas.
Como não existia algo desse tipo, um evento inédito englobando IoT, Industria 4.0 e semicondutores, decidimos então tomar a dianteira e aceitar o desafio de realizá-lo.

Quais são os planos da Chipus para os próximos anos?

Pretendemos continuar a crescer fortemente no mercado internacional no que tange a prover IPs e serviços para empresas globais das áreas de IoT e Indústria 4.0.
Temos também um plano muito ambicioso, mas de mais médio-longo prazo, em que nossos investidores estão nos apoiando, para trazer essas oportunidades de convergência de semicondutores, IoT e Indústria 4.0 para o Brasil.


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