Todos os dias somos bombardeados por notícias dos novos lançamentos de produtos e serviços com inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina.
Mesmo para pessoas conectadas com o assunto é complexo acompanhar o desenvolvimento do ambiente tecnológico de IA no mundo.
Até pouco tempo, os serviços de IA eram oferecidos como projetos customizados ou embarcados em sistemas especialistas desenvolvidos para finalidades muito específicas.
Como exemplo, podemos citar as engines de reconhecimento facial.
Inteligência artificial como serviço
No entanto, esse modelo de oferta de IA está mudando drasticamente com o surgimento de um conceito chamado AI as a Service (AIaS).
Nesse novo conceito, sistemas de aprendizado computacional são oferecidos por meio de interfaces de programação de aplicativos (APIs, na sigla em inglês), para serem diretamente utilizados por clientes e sistemas.
Um usuário sem conhecimento prévio de aprendizado de máquina pode utilizar serviços online para treinar modelos de IA, preparar amostras de dados de testes e experimentação e preparar o sistema para consumir os resultados de forma integrada e online.
Alguns exemplos desse novo conceito de oferta de IA são o próprio Watson, da IBM, e a nova suíte de serviços AWS Machine Learning, da gigante Amazon.
O Watson pode ser utilizado para configuração de chatbots e sistemas de reconhecimento de texto sem que o usuário tenha qualquer conhecimento de aprendizado de máquina.
Basta implementar as APIs corretamente e carregar o serviço do Watson com um corpus de texto para ser aprendido e interpretado.
A partir disso, o Watson está preparado para oferecer de forma online o serviço de conversação por chatbot.
Imagens e fala
Muitos exemplos similares podem ser encontrados nos campos de processamento de linguagem natural (NLP, na sigla em inglês) e reconhecimento de imagens (computer vision).
É o caso dos serviços AWS Poly (texto para fala), AWS Rekognition (reconhecimento de imagem) e AWS Lex (robôs de conversão em texto e voz).
Esse movimento tecnológico no mundo facilita a introdução de IA no cotidiano das pessoas, na medida em que torna mais simples sua utilização em outros softwares.
Por exemplo, um varejista online pode facilmente, com esses serviços de IA, introduzir um mecanismo de recomendação de compras.
O mesmo pode ser feito em programas de fidelidade do varejo ou em sistemas de automação residencial.
Por meio do aprendizado de máquina em nuvem, por exemplo, usuários podem solucionar problemas de reconhecimento de padrões de demanda, ajustando assim a cadeia logística e os processos de negócios.
- Luiz Andrade é sócio fundador da Tevec