Como a tecnologia muda o mercado de entrega de comida

Compartilhe

A startup Rapiddo realiza delivery de documentos, e-commerce e alimentos / Divulgação
A startup Rapiddo realiza entregas de documentos, e-commerce e alimentos / Divulgação

O Brasil é um dos principais mercados para entregas no mundo. O grande número de motoboys e a necessidade de encontrar saídas para a crise econômica tornam o segmento um terreno fértil para o crescimento em 2017.
Estima-se que existam 3 milhões motoboys trabalhando no País. Boa parte deles, 600 mil, apenas no Estado de São Paulo.
Foi mirando nesse profissional que em 2014 nasceu o Rapiddo, um serviço online para entregas rápidas que permite conectar o entregador ao cliente.
Guilherme Bonifácio, presidente e criador da plataforma, usou a experiência conquistada com outra startup que havia ajudado a fundar, o iFood.
À época, muitos restaurantes relutavam a entrar na plataforma de comida em casa por não ter um motoboy para realizar as entregas.
“O Rapiddo possibilita que os estabelecimentos façam delivery sem ter a preocupação de contratar mais um profissional. Também ajudamos o motoboy ao oferecer a ele mais entregas e, consequentemente, mais dinheiro”, diz Bonifácio.
O aplicativo atende três modelos: compras de comércio eletrônico, entrega de documentos e, o mais rentável, delivery de comida.
Para manter-se no Rapiddo, o motoboy paga a startup uma comissão de 20% do valor da entrega.
Desde a criação, o Rapiddo já recebeu três rodadas de investimentos da Movile e a expectativa é que uma nova rodada aconteça ainda neste ano.

Delivery de alimentos

Também é da Movile o maior aplicativo de entrega de comida no Brasil. O iFood não cobra dos restaurantes associados um valor para aparecer no aplicativo, mas fica com 12% do valor dos pedidos realizados pela plataforma.
O serviço nasceu em 2011 e atualmente atende 15 estados do Brasil, além de cidades no México, Colômbia e Argentina. A média de pedidos por mês é de 2,1 milhões, cerca de um pedido por minuto.
O avanço no serviço de delivery de alimentos anima o setor de restaurantes, que sofre com a crise.
Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), os pedidos por aplicativos garantiram aos restaurantes brasileiros R$ 9 bilhões em 2015.

Novos players

Num mercado praticamente dominado pelo iFood, startups apostam em nichos para crescer.
O aplicativo Meatless foi o primeiro da América Latina a focar exclusivamente no público vegetariano, vegano e fitness.
Desde seu lançamento, em 2015, foi baixado por 20 mil pessoas na Apple Store e Google Pay.
Dimitri Fernandes, cofundador do Meatless e vegetariano há mais de uma década, diz que a ideia surgiu de uma dificuldade pessoal em achar restaurantes.
Atualmente, a plataforma possui mais de 70 estabelecimentos em várias regiões de São Paulo e do Rio de Janeiro.
“Para nós é nítido o crescimento do público e das opções vegetarianas e veganas nos últimos quatro anos. O que nós fazemos é ajudar essas pessoas que não comem carne a encontrar os melhores restaurantes que oferecem esse tipo de alimento”, explica Fernandes.
O modelo de negócio do Meatless é baseado na cobrança de uma taxa dos restaurantes, de 7% do valor de cada pedido.
A expectativa da startup é conseguir a sua primeira rodada de investimentos ainda no fim do ano para expandir para outros Estados.

Serviço premium

O Zipster é outra plataforma de entregas para restaurantes que aposta na segmentação para se diferenciar.
A startup sugere um atendimento premium com acompanhamento de todo o processo de produção, desde a seleção de produtos à entrega para os clientes.
Para garantir esse modelo, a plataforma tem poucas opções de restaurantes, todos da marca Zipster, e atende apenas em São Paulo.
“A conveniência dos outros aplicativos é fantástica, mas a experiência real é muito ruim: qualidade inconsistente dos alimentos, erros de encomenda e quase sempre entrega atrasos”, diz o fundador da empresa, o coreano Charlie Yi.
A ideia da plataforma surgiu durante o período que Yi morou em São Paulo. Com a experiência de entrega rápida que conseguiu ao ser vice-presidente Kozmo.com, criou a startup visando um público mais sofisticado do Brasil.
“Não somos um mercado de massa. Atendemos apenas os clientes que estão procurando uma experiência impecável”, completa.
A expectativa é que este ano a plataforma cresça para outras cidades do País e receba novas opções de restaurantes como pizza e comida mexicana.

O aplicativo Meatless é voltado para delivery de comida vegetariana e vegana / Divulgação


Compartilhe
Publicação Anterior

Bancos de investimento podem cortar custos com blockchain

Próxima Publicação

Maioria das empresas do EUA já foi alvo de ransomware

You might be interested in …

Internet: Interfaces de voz, como o Echo, da Amazon, é uma das principais tendências / Rob Albright/Creative Commons

Quando as máquinas aprendem a conversar de verdade

Compartilhe

CompartilheMáquinas que entendem comandos de voz já viraram lugar comum, mas os sistemas de inteligência artificial ainda não são capazes de participar de uma conversa de verdade, como o C-3PO, de Star Wars (ou o HAL 9000, […]


Compartilhe