A disposição atual dos bancos brasileiros, e também das grandes empresas de cartão, é mais de integração que de competição com as fintechs (empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros).
Pelo menos essa é a visão de Guilherme Bressane, líder para o setor financeiro do Google. Ontem (16/8), ele participou do Google FinTech Summit, no escritório da empresa em São Paulo.
“Teve um momento em que houve uma grande preocupação dos bancos com as fintechs”, afirmou Bressane. “Há uns dois anos, eles estavam tentando criar soluções que fossem atender lacunas de mercado. Mas entenderam que, pela sua própria musculatura estrutural, não conseguiriam se mover na mesma velocidade.”
A saída, segundo o executivo do Google, foi a abertura de APIs (sigla em inglês de interface de programação de aplicações) para quase todas as fintechs. O movimento permite que as startups integrem seu software ao dos bancos.
Além disso, houve iniciativas como a criação do espaço de coworking Cubo pelo Itaú e do programa de startups inovaBRA pelo Bradesco.
“Os bancos estão começando a abrir suas APIs para que a comunidade de desenvolvedores comece achar soluções para eles ou para outra empresa em que eles possam investir”, completou Bressane.
Cenário favorável
Uma pesquisa recente da Edelman mostrou que o cenário brasileiro é favorável ao crescimento das fintechs, devido à confiança na tecnologia e nas instituições financeiras.
Entre as áreas que têm recebido atenção dessas startups estão a de empréstimos com garantia e a gestão de investimentos.