Conheça quatro tendências tecnológicas para 2021

Inteligência artificial e 5G são base de tendências tecnológicas para 2021 / Unsplash
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Inteligência artificial e 5G são base de tendências tecnológicas para 2021 / Unsplash
Inteligência artificial e 5G são base de tendências tecnológicas para 2021 / Unsplash

No ano passado, a pandemia acelerou a digitalização. Tivemos avanços em áreas como comércio eletrônico, meios de pagamentos digitais, trabalho remoto e telemedicina.

Selecionei abaixo quatro tendências tecnológicas para 2021, apontadas por grandes consultorias.

Por trás delas, estão tecnologias como inteligência artificial, big data, internet das coisas e a quinta geração das comunicações móveis (5G).

Inteligência artificial de borda

Os dispositivos que povoam as bordas das redes têm se tornado cada vez mais inteligentes.

A maioria das aplicações de inteligência artificial que conhecemos hoje ainda coleta informações dos dispositivos e roda na nuvem. Mas isso deve mudar.

O aumento do teletrabalho trazido pela pandemia demanda cada vez mais capacidade de rede, o que acelera a adoção da computação de borda.

Segundo a Bain & Company, a inteligência artificial de borda reduz problemas de latência (tempo em que um sinal leva para ir de um ponto a outro) e acelera geração de conhecimento. Ao mesmo tempo, diminui os gastos com nuvem.

No Brasil, o programa Caninos Loucos, do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC), têm projetos nessa área.

O líder do programa, Marcelo Zuffo, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), trabalha com o conceito de inteligência de enxame (swarm intelligence, em inglês)

Nesse caso, a interação entre agentes simples e o ambiente dá origem a um comportamento inteligente coletivo.

Indústria 5G

O 5G potencializa a indústria 4.0, que acrescenta uma camada de inteligência à automação iniciada na segunda metade do século passado.

A coleta e análise de um grande volume permite ajustar as operações em tempo real.

Estudo da Qualcomm aponta que, em 2035, o 5G será determinante para a produção de US$ 13,2 trilhões em produtos e serviços ao redor do mundo.

Quando pensamos em indústria 4.0, é bom lembrar que, em inglês, “industry” não se refere somente à manufatura, mas a qualquer atividade econômica.

No ano passado, a São Martinho fechou um acordo com a Ericsson para aplicar a tecnologia 5G à sua usina de cana-de-açúcar em Pradópolis (SP).

MLOps

Há duas décadas, o DevOps aproximou o desenvolvimento de software da operação, melhorando eficiência, qualidade e cumprimento de prazos.

Segundo a Deloitte, chegou o momento de as empresas abandonarem a “inteligência artificial artesanal” e adotar o MLOps.

(ML é a sigla em inglês de aprendizado de máquina e Ops vem de operações.)

“O MLOps ajuda a gerar valor de negócios ao acelerar o processo de experimentação e o pipeline de desenvolvimento, ao melhorar a qualidade da produção de modelos – e tornar mais fácil monitorar e manter modelos de produção e gerenciar requisitos regulatórios”, destacou a consultoria.

Além disso, deve ajudar as empresas a manter seus sistemas aderentes aos protocolos de governança e compliance, além das legislações de segurança e privacidade.

O Gartner deu outro nome para esta tendência: engenharia de inteligência artificial.

Internet de comportamentos

A internet de comportamentos (em inglês, internet of behaviors ou IoB) captura informações pessoais de diversas fontes, como dados de consumo, redes sociais e reconhecimento facial.

Dessa forma, permite que entes públicos e privados as usem para influenciar comportamentos.

O Gartner destaca que a tecnologia que permite coletar e analisar dados está se tornando cada vez mais sofisticada.

Para funcionar, a IoB depende de um equilíbrio entre ônus e bônus, do ponto de vista do consumidor.

A consultoria dá exemplo de um motorista que pode aceitar ter seu carro monitorado para ter desconto no seguro do seu automóvel.  

Mas talvez ele não fique tão feliz se a autoridade de trânsito também acessar as informações.

Em algumas regiões, a extensão da IoB dependerá de leis que protegem a privacidade.

No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor no ano passado. As penalidades previstas por ela serão aplicadas a partir de agosto.


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