Há oito anos, em 2012, o Gartner apontou quatro vetores que seriam essenciais para a transformação digital das companhias a partir de então.
Mobile, big data, mídias sociais e cloud foram os conceitos citados à época, que continuam presentes até hoje.
No entanto, há quase uma década, o cenário era bem diferente do atual.
Muitas empresas ainda operavam “analogicamente”, com amplas oportunidades para ocupar espaços com ofertas de bens e serviços digitais.
O caminho para a digitalização era lento e as organizações sofriam com pouco aporte direcionado à inovação.
As regras do jogo mudaram com a pressão de novos entrantes no mercado.
Surgiram as nativas digitais, empresas apoiadas na tecnologia, que alteraram não só o equilíbrio de forças do mercado, mas também impactaram de maneira profunda a sociedade.
Os serviços digitais mudaram drasticamente a forma como as pessoas buscam, adquirem e recebem produtos e serviços.
Os consumidores estão cada vez mais conectados e, por isso, demandam serviços exclusivos, a qualquer hora e em qualquer lugar, por meio de seus dispositivos móveis.
O foco do mercado, que antes era centrado nos produtos, passou a ser direcionado aos clientes.
A mudança parece sutil, mas teve grande impacto nas organizações.
Hoje, não basta a oferta de um bom produto, é preciso proporcionar algo único ao cliente.
Coinovação para crescer
O fato de a população enxergar valor nos serviços digitais exigiu mudanças no setor privado e também no público.
Foram necessárias, por exemplo, atualizações de regulamentações para que ofertas antes inexistentes, como Uber, Netflix e Airbnb, pudessem ganhar espaço.
O crescimento acelerado dessas companhias reforçou a importância de inovar ao mesmo tempo em que instigou a competição no mercado pelo posto de quem é capaz de inovar mais e mais rapidamente.
Na corrida pelo pódio, as empresas perceberam que nem todas tinham o mesmo potencial – ou poder aquisitivo – para acompanhar a disputa na linha de frente.
As empresas, principalmente as mais tradicionais, também entenderam que no contexto atual de transformação digital, não era possível ter estratégias de negócio dissociadas das estratégias de TI.
A arquitetura de TI das organizações públicas e privadas que não nasceram digitais possui um vasto legado de tecnologia, pessoas, conhecimento e cultura.
Não há como essas empresas se desfazerem dos anos de investimento e ao mesmo tempo serem ágeis o suficiente para eliminar sua complexidade.
Assim, a forma mais efetiva de inovarem está na coinovação.
Coinovar significa estabelecer parcerias com empresas, universidades, ecossistemas, clientes e até mesmo entre equipes para criar e desenvolver novos serviços para o mercado.
Ao unir forças, é possível que surjam ideias relevantes, que possam se tornar a base de novos produtos e serviços.
É um trabalho conjunto, girando a engrenagem para impulsionar e estimular um crescimento positivo de todos os envolvidos e também da sociedade.
- Nilson Yoshihara é Territory Services Manager na Red Hat Brasil