Acesso via satélite é viável para democratizar a internet

Satélite pode mudar a vida de quem não mora nos centros urbanos / Rui Bittencourt
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Satélite pode mudar a vida de quem não mora nos centros urbanos / Rui Bittencourt
Satélite pode mudar a vida de quem não mora nos centros urbanos / Rui Bittencourt

Com o aumento da adoção de medidas de isolamento social ao redor do mundo, cresceram na mesma proporção as discussões sobre a necessidade de maior acesso à internet de boa qualidade e o seu impacto na população global em diversas áreas, como acesso à  informação, entretenimento e educação, passando também pelo e-commerce e a produtividade no trabalho à distância.

Zonas Rurais

Bruno Henriques, da Viasat / Divulgação
Bruno Henriques, da Viasat / Divulgação

No cenário brasileiro, assim como em outros países com grandes dimensões territoriais, o dilema de democratizar o acesso fora das grandes malhas urbanas ainda é um dos pontos centrais.

De acordo com a mais recente pesquisa TIC Domicílios, desenvolvida pelo Cetic.br do Comitê Gestor da Internet no Brasil, pela primeira vez a porcentagem de lares conectados à internet nas áreas rurais superou a marca de 50%.

Mas ainda assim esse resultado (51%) é baixo na comparação com os lares brasileiros em áreas urbanas (75%).

Observando as diferentes tecnologias de acesso à internet nas áreas rurais, a conexão via satélite registrou 16% de participação nos lares conectados – empatado com conexões por cabo de TV e fibra óptica.

Além disso, a tecnologia satelital consolidou sua viabilidade para esse perfil de público – em 2017, a internet via satélite registrava metade do alcance da internet via rádio e, em 2019, chegou ao segundo ano seguido com maior participação do que rádio.

Na comparação com anos anteriores, o crescimento é mais significativo, já que em 2013, apenas 4% dos lares rurais utilizavam a internet satelital.

Internet via satélite

Uma das vantagens da internet via satélite é a disponibilidade do serviço nos locais mais remotos e outros que estão alguns estágios atrás na fila para receber a expansão da fibra.

No caso brasileiro, o SGDC-1 (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, operado pela Telebras) é o único satélite de alta capacidade em banda Ka com cobertura em todo o território nacional, incluindo ilhas como a de Fernando de Noronha.

De acordo com a mesma pesquisa do Cetic.br, 11% dos lares em zonas rurais sem internet apresentaram como motivo a falta de disponibilidade do serviço na região.

Através da adoção da tecnologia de satélite, a expansão da internet via satélite pode ser útil no processo de inclusão digital de parte significativa da população brasileira – incluindo muitos que foram efetivamente impactados no atual momento, com a necessidade de trabalhar e estudar de casa.

Futuro

Apesar de não se saber quando e de que forma as atividades consideradas normais serão retomadas, sabe-se que a internet será uma aliada imprescindível para quem trabalha no comércio e deverá lidar com a demanda por e-commerces e marketplaces, por exemplo.

Mesmo quem trabalha em outros setores ganhou maior familiaridade com recursos de teleconferência e colaboração em tempo real, incluindo a edição de documentos na nuvem.

As escolas também recorreram às videoconferências, e os cursos de EAD tendem a ganhar maior popularidade e aceitação.

Em suma, uma internet de alta velocidade e boa qualidade tornou-se fundamental não somente para reduzir a divisão digital, mas também para capacitar as pessoas a continuar fazendo as coisas que são importantes para elas, mesmo à distância.

E estamos esperançosos de que a mesma tecnologia que já conecta embarcações e aeronaves na água e no ar possam também servir para conectar mais e mais populações que moram longe dos centros urbanos e grandes metrópoles.

  • Bruno Henriques é diretor comercial da Viasat.


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