Ao participar da 10ª edição do Fórum E-commerce Brasil, percebi que o mercado ainda precisa evoluir para explorar ao máximo as possibilidades do omnichannel.
Todas as grandes marcas e especialistas comentam sobre a necessidade de derrubar as barreiras entre on e offline. Mas a verdade é que é preciso explorar todo o potencial de integração entre canais novos e tradicionais.
Transformação omnichannel
A principal oportunidade está na mudança de mindset referente às lojas físicas.
Afinal, a maioria não interage com o consumidor de forma digital, transmitindo a ideia de que são apenas locais de coleta das compras online. E não pontos de venda dentro do ecossistema omnichannel.
Sim, podemos citar boas estratégias omnicanal, como a Marisa, que já conta com operações maduras de integração entre os canais.
Ou ainda, a Hering, que além de integrar os canais internos, também utiliza o estoque das lojas físicas para atender os clientes que compram pelo Mercado Livre.
Essa expansão da estratégia de omnicanalidade das marcas para marketplaces resulta no aumento de variedade e disponibilidade de produtos para os consumidores.
Ainda sobre os marketplaces, outra questão também foi debatida nos estandes e palcos do evento: o foco nos sellers.
Ou seja: os vendedores do varejo ou indústria que disponibilizam seus produtos nos sites dessas grandes marcas.
O marketplace vem se reinventando para oferecer soluções que impulsionem a venda desse mercado. Dentre os atributos estão as inovações em formatos publicitários para que sellers se diferenciem dentro da plataforma.
Além da evolução de processos logísticos e disponibilização de ferramentas que melhorem a qualidade do catálogo.
Superapps
E, como o foco é sempre oferecer a melhor experiência para o consumidor, outra ferramenta também foi bastante mencionada: os superapps.
Reunindo em um único aplicativo uma infinidade de serviços, canais como o Rappi e Delivery Center permitem que o consumidor interaja com diferentes marcas de forma ágil e prática.
Para os varejistas, eles são uma maneira de fidelizar, aumentar recorrência e se manter próximo ao cliente.
Afinal, ele não deseja só comprar de várias formas de um único varejista, mas fazer tudo, de muitas maneiras, com vários varejistas, em um mesmo lugar.
Os superapps rapidamente estão criando uma cultura de acesso virtual à lojas, restaurantes e serviços físicos.
Assim, dessa forma, o consumidor não oferece qualquer resistência a esse modelo. É mais uma potencial integração tomando nova forma e fortalecendo o conceito de omnichannel.
- Giovanni Battistella é diretor de Produto da Linx Digital.