Festival Path: Como inovar em ambientes pouco favoráveis

Inovar: É preciso permitir o erro com responsabilidade, segundo Momm / inova.jor
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Inovar: É preciso permitir o erro com responsabilidade, segundo Melo / inova.jor
É preciso permitir o erro com responsabilidade, segundo Melo / inova.jor

Para Lucas Momm de Melo, cofundador da startup MindMiners, é preciso ler, dialogar e errar para conseguir inovar.

Esta visão foi o que norteou o painel Inovação Não Sai da Cartola como Mágica, apresentado hoje (2/6) no Home Festival Starbucks at Home, no Festival Path.

A apresentação se aprofundou no tema da inovação. E mostrou como não é possível esperar um passe de mágica para que ela surja no ambiente corporativo.

“Quando falamos de inovação, sempre esperamos o outro fazer isso. Tirar um coelho da cartola. A gente fica na zona de conforto”, disse Melo.

Caminhos

Segundo o empreendedor, que antes de fundar sua startup passou por grandes empresas, é essencial haver um aprendizado criativo.

Para isso, é preciso seguir aqueles três passos já citados: leitura, diálogo e erro. Quando unidos, eles geram um caminho completo que pode levar às boas ideias.

“Grande parte do que lemos é passado. É algo que já foi. A conversa, o diálogo com pessoas que tenham opiniões diferentes da sua, é o presente. E o erro é o futuro”, disse.

Sobre esse último ponto, Melo ressaltou a importância de quebrar o paradigma de que o fracasso é algo totalmente ruim.

Mas, claro, ele ressalta que nem sempre é fácil introduzir essa nova cultura às grandes empresas.

“Na maioria dos ambientes de trabalho, você é demitido se cometer um erro. É preciso introduzir uma cultura do erro, mas com responsabilidade”, afirmou o empreendedor.

Inovar com cautela

E afinal, como introduzir essa inovação nas grandes empresas? Como trazer essa cultura do erro para empresas repleta de engravatados?

Melo já passou por isso. Quando cursava engenharia, trabalhou numa fábrica tradicional. Teve uma ideia inovadora e queria logo implementar. Mas foi impedido.

“Meu chefe me parou e disse que eu precisava convencer as pessoas de que aquilo seria bom. Era politicagem. Um gasto de energia”, disse.

Assim, dessa forma, o empreendedor viu outros dois caminhos possíveis. O primeiro é aceitar o inevitável de que sua empresa não vai conseguir acompanhar a inovação e, dessa forma, se unir às startups mais ágeis.

Segundo ele, a Toyota admitiu que não vai conseguir acompanhar as inovações de mobilidade. Por isso, se tornou uma das maiores investidoras do Uber.

O retorno para os acionistas da montadora não vai vir de novos produtos. Mas de outros investimentos.

Ou, então, que o investimento nas startups encurte o trajeto para a inovação. Já que as grandes empresas não conseguem inovar internamente, diante da velocidade do mercado.

O outro caminho a ser seguido, segundo Mello, é fazer com que a empresa tenha foco no resultado, não no meio de seu negócio.

A Netflix viu antes da Blockbuster que seu negócio não era o DVD, mas entretenimento. Conseguiu inovar e se tornou uma empresa valiosa.

“É preciso compreender que não basta pensar no seu produto. Precisa pensar na forma que você o entrega. A inovação pode estar aí”, disse ele.

Experiência própria

Lucas Momm de Melo usou esses ensinamentos quando foi atrás de criar sua própria empresa, a MindMiners.

Startup de pesquisas, o empreender começou o negócio “sem amor”.

“Era um Excel em que eu ia colocando as ideias, baseado na razão. Validamos sem amor. A gente só pensava na ideia final”, disse.

Além disso, ele não enxergava outras empresas do setor como seus competidores.

Afinal, mais do que pesquisas, a MindMiners exigia tempo de seus pesquisados, alcançados por aplicativo próprio. O Facebook, dessa forma, era o competidor direto de seus objetivos.

“Precisava pensar numa forma de fazer com que a pessoa deixasse de usar o Instagram para fazer pesquisas no meu aplicativo”, disse.

E hoje ele admite que precisa pensar em inovar depois de consolidar a ideia de sua startup.

“Tivemos uma primeira inovação bem disruptiva, depois fomos implementando. Enriqueceu, mas é o mesmo modelo de negócios. Hoje, inclusive, precisamos buscar a próxima inovação”, concluiu.

Home festival

O Home Festival é um projeto da Starbucks At Home que promove conversas sobre temas atuais em casas icônicas de São Paulo.

Nos dias 1º e 2 de junho, a Casa das Rosas recebe o projeto, com palestras, painéis e workshops do Festival Path e degustação de cafés Starbucks At Home.

Confira a programação do Home Festival neste fim de semana no site do Festival Path.

Melo, da Mindminers, percebeu que o Facebook era um concorrente / inova.jor

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