A adoção da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) no campo foi um dos destaques do Futurecom deste ano. O evento realizado na semana passada trouxe casos concretos de aplicação da tecnologia no agronegócio.
A TIM anunciou uma parceria com a SLC Agrícola, para cobertura com comunicações móveis de quarta geração (4G) da Fazenda Panorama, em Correntina (BA).
O projeto adota 4G na faixa de 700 MHz, anteriormente ocupada por canais de TV analógica. Também participam do projeto a BRFibra e a Nokia.
“O interessante é que essa infraestrutura, apesar de dedicada ao agronegócio, também leva a conectividade padrão para nossos clientes, que podem usar essa cobertura para conectar seus smartphones”, explicou Leonardo Capdeville, vice-presidente de Tecnologia da TIM.
Foram cobertos 22 mil hectares, com conexão de 23 máquinas agrícolas e 10 coletores de dados. A SLC produz algodão, soja e milho.
Anteriormente, a TIM já havia fechado uma parceria em Goianésia (GO) com a Jalles Machado, que atua no setor sucroenergético.
Vaca conectada
A Huawei demonstrou uma coleira para vacas, que monitora as atividades dos animais no pasto e envia as informações via rede de celular.
A aplicação permite, entre outras coisas, determinar de forma mais precisa quando a vaca está no período fértil, pois sua atividade aumenta no período.
Com isso, é mais fácil definir o melhor momento para a inseminação artificial. A coleira também aumenta a probabilidade de se determinar o sexo do bezerro, dependendo do interesse do criador em animais para corte ou produção de leite.
Segundo a Huawei, a China já possui mais de 1 milhão de animas conectados, o que gerou um aumento de 25% na receita de leite.
Financiamento
O agronegócio é um dos quatro setores apontados como prioritários pelo Plano Nacional de IoT. Os outros são cidades, indústria e saúde.
Thiago Camargo Lopes, secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) destacou as linhas de crédito disponíveis para internet das coisas.
“Lançamos com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) uma linha para financiamento de pilotos em IoT, que nesse momento são R$ 35 milhões, não reembolsáveis, o famoso a fundo perdido, para consórcios liderados por ICTs (Institutos de Ciência e Tecnologia”, disse o secretário.
Outra linha foi lançada em conjunto com a Financiadora de Projetos (Finep).
“É uma linha de R$ 1,5 bilhão, com carência de até quatro anos e juros a partir de 3%, com até 90% do projeto financiável. É um dinheiro extremamente barato para financiar o desenvolvimento de equipamentos, plataformas e aplicações em IoT”, explicou Lopes.