O Itaú Unibanco tem 60 pessoas em treinamento para se tornarem cientistas de dados, num programa em parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
São engenheiros, físicos, químicos, cientistas da computação e matemáticos que foram contratados como analistas, mas, antes de começarem a trabalhar, vão cumprir uma carga de 500 horas de estudo.
“É um programa de sete meses, com dedicação integral”, afirma Estevão Lazanha, diretor de Engenharia de Dados da instituição. “Para essa primeira turma, tivemos 100 candidatos para cada vaga.”
A ideia do banco é ter uma segunda turma no início do ano que vem.
A análise de dados e a inteligência artificial são ferramentas em franca expansão no setor financeiro, mas o gargalo ainda está na mão de obra.
“Todo o processo decisório é sempre baseado em dados”, destaca Lazanha. Ele não revela quantas pessoas trabalham em seu departamento, dizendo somente que são centenas.
Inteligência artificial
O executivo identifica três grandes grupos de aplicação da inteligência artificial:
- Modelos preditivos, como os de sistemas antifraude, que verificam quando há desvio no padrão de comportamento do cliente.
- Melhora na experiência do cliente, como identificar necessidade de atualização de endereço a partir da geolocalização.
- Novos modelos de negócio, como gerar negócios entre clientes pessoas físicas e jurídicas a partir de seus perfis financeiros.
A primeira classe de aplicações é a mais comum.
Em relação à segunda, Lazanha cita uma campanha recente, que identificou clientes que acabariam usando o cheque especial para pagar o IPVA e ofereceu uma linha de crédito mais barata para eles, cerca de 10 dias antes do vencimento do imposto.
“Essa oferta de crédito teve 500% mais retorno do que outras”, explica o executivo. “E dois terços dos que retornaram contrataram.”
Na terceira, o banco funcionaria quase como um marketplace, oferecendo serviços financeiros para viabilizar negócios entre seus clientes.