‘A biometria permitirá que nossas vidas sejam reinventadas’

Novas abordagens da identificação e autenticação transformarão a própria natureza de nossas relações com governos e empresas / Infraero Aeroportos
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Biometria: Novas abordagens da identificação e autenticação transformarão a própria natureza de nossas relações com governos e empresas / Infraero Aeroportos
Novas abordagens da identificação e autenticação transformarão nossas relações com governos e empresas / Infraero Aeroportos

Essa é uma revolução que apenas começou. Ao longo dos próximos anos a biometria permitirá que nossas vidas diárias sejam reprojetadas e reinventadas.
As novas e inovadoras abordagens da identificação e autenticação transformarão não apenas os inúmeros processos rotineiros, como autorização de transações bancárias ou passagem pelo controle de fronteiras de aeroportos, mas, também, a própria natureza de nossas relações com departamentos governamentais, órgãos públicos e empresas privadas.
Em termos do que a biometria pode oferecer, estamos ainda engatinhando. Além disso, não podemos esperar apenas uma mudança na conveniência.
Ao nos dar o poder de comprovar, sem qualquer dúvida razoável, que somos quem afirmamos ser, a biometria fortalecerá significativamente nossa capacidade de resistir às ameaças modernas, como crime cibernético, imigração ilegal e terrorismo global.
Em consequência disso, a confiança no domínio online e as oportunidades para uma maior convergência com o mundo físico prosperarão.

Conveniência e segurança

Raphael de Cormis, da Gemalto / Divulgação
Raphael de Cormis, da Gemalto / Divulgação

Nosso estilo de vida digital não será mais comprometido por uma infinita série de nomes de usuário, senhas e PINs. Com frequência, eles são simplificados demais ou armazenados de forma descuidada, criando um elo fundamentalmente fraco em nossas defesas cibernéticas.
Com o advento da biometria, a abordagem falha e trabalhosa, baseada em senhas, ficará restrita à história. Em seu lugar, surgirão soluções que podem atender, simultaneamente, às duas grandes prioridades do consumidor do século 21: a conveniência e a segurança.
Os últimos anos assistiram a uma aceleração incrível na amplitude e profundidade das implantações biométricas. Inicialmente, os governos e as autoridades públicas assumiram a liderança, principalmente com a introdução do passaporte eletrônico.
Ao armazenar os dados pessoais e biométricos do seu titular num microprocessador embutido seguro, esses documentos facilitaram muito mais o trabalho das agências no combate às fraudes e falsificação de identidade.
Cada vez mais essa abordagem está sendo aplicada aos sistemas nacionais de identificação, bem como nos programas de assistência médica, social, registro civil e eleitorais.

Poder transformador

O sucesso dessas iniciativas, por sua vez, estimulou o interesse do mundo comercial. Aqui, o lançamento do iPhone 5s em 2013 foi um grande marco, apresentando milhões de pessoas ao scanner de impressões digitais.
A adoção foi surpreendentemente rápida, com os consumidores demonstrando um entusiasmo ilimitado pela ideia de usar características pessoais únicas para confirmar sua identidade.
Posteriormente, o desenvolvimento de novas tecnologias e técnicas foi rápido. Elas abrangem a biometria fisiológica – incluindo o reconhecimento por impressão digital, reconhecimento facial e de íris, bem como a forma de um padrão de impressão digital das mãos ou veia – e características comportamentais, como a maneira como uma pessoa anda, digita em um teclado ou fala.
Com esse atrativo irresistível ao usuário final, a chave do poder transformador da biometria está no fato de que muitas das transações seguras que fazemos – nos domínios físico e digital – são construídas em torno do princípio da autenticação de dois fatores.
Até hoje, isso normalmente significava uma combinação de algo que temos, como um cartão de pagamento ou telefone celular, e algo que sabemos, como a senha ou o PIN mencionado anteriormente.
Essencialmente, a biometria substitui esses últimos por algo que somos; algo que não pode ser prontamente copiado, esquecido, perdido ou roubado.

Retratos multidimensionais

Estendendo ainda mais os benefícios, as técnicas biométricas agora podem ser combinadas com sistemas que utilizam os mais recentes sistemas de pontuação de risco, biometria comportamental e aprendizado de máquina para criar retratos ricos e multidimensionais de cada pessoa e garantir, assim, que os processos de autenticação sempre correspondam ao verdadeiro risco representado por uma transação.
Além disso, é possível adaptar a autenticação não apenas ao nível de garantia necessário, mas, também, às preferências pessoais de cada usuário final individual.
Não importa quão empolgantes sejam as possibilidades, a tarefa de lidar de forma precisa e confiável com o negócio complexo de capturar, armazenar e comparar dados biométricos não deve ser subestimada.
Ela conta com o conhecimento e experiência de diversas partes interessadas ​e um arsenal de ferramentas sofisticadas de aquisição, algoritmos e entre outros.
Mas um conjunto inovador de soluções já está demonstrando exatamente o que pode ser alcançado, dada a estratégia e o suporte adequados.
Por exemplo, bancos progressistas estão permitindo que seus clientes usem selfies para facilitar o cadastro rápido de autoatendimento na conta.
Os aeroportos estão introduzindo os eGates automatizados, que permitem aos passageiros usar passaportes eletrônicos e o reconhecimento facial para agilizar sua passagem pelo controle de fronteiras.

Proteção de dados e privacidade

Evidentemente, cada tecnologia em particular traz consigo pontos fortes e características que devem ser cuidadosamente alinhadas com as demandas da aplicação e seus usuários finais.
Mas, em busca de uma autenticação silenciosa e perfeita para o usuário, as questões que precisam ser abordadas vão muito além do técnico.
À medida que avançamos rapidamente na direção de uma nova era, as leis de proteção de dados e privacidade estão lutando para acompanhar o ritmo crescente de mudança.
As sociedades no mundo todo, portanto, têm decisões importantes a tomar sobre como, quando, onde e com quem estamos preparados para compartilhar nossos recém-criados perfis biométricos.
Além disso, precisamos tomar todas as medidas necessárias para garantir que eles nunca caiam nas mãos erradas. Com todos os blocos de construção de tecnologia se encaixando, é quase certo que esse debate sobre privacidade terá um papel fundamental na determinação da velocidade com a qual chegaremos na nova era biométrica, e como ela será quando chegarmos lá.

  • Raphael de Cormis é vice-presidente de Innovation Labs da Gemalto

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