Por que o marketing de experimentação não pode morrer

Modelos tradicionais de marketing de experimentação falharam / Renato Cruz/inova.jor
Compartilhe

Modelos tradicionais de marketing de experimentação falharam / Renato Cruz/inova.jor
Modelos tradicionais de marketing de experimentação falharam / Renato Cruz/inova.jor

Dentre todas as disciplinas de marketing para promover lançamentos, o marketing de experimentação é a mais eficiente. Quem diz isso são os consumidores.
Segundo pesquisa realizada pela Lytics para uma empresa de bens de consumo, mais de 60% dos entrevistados afirmaram que o marketing de experimentação e distribuição de amostra grátis é a melhor forma de promover um novo produto.
Em segundo lugar ficou a TV, com 22%, e, em terceiro, a internet, com 16%.
Se o consumidor pensa dessa forma, por que será que o marketing de experimentação e o sampling praticamente desapareceram do orçamento de marketing da indústria de bens de consumo?
A resposta é simples e está na dificuldade de planejar, escalar, executar, controlar e medir iniciativas dessa natureza. Nesse sentido, os modelos tradicionais de experimentação – com promotora do ponto de venda, blitz em eventos e espaços públicos, encarte em revistas e entrega em domicílio – simplesmente falharam.

Personalização

Ernesto Villela, da Samplify / Divulgação
Ernesto Villela, da Samplify / Divulgação

Em contrapartida, a mídia tomou conta. Defendida de forma brilhante por agências, apoiada fortemente pelos meios de comunicação e embasada num modelo de premiação e reconhecimento assustador, o orçamento de marketing das grandes empresas praticamente migrou por completo para iniciativas de produção e veiculação publicitária.
Estamos falando de um movimento de décadas que começou com o rádio e outdoors, intensificou-se com as revistas e jornais e se consolidou com a televisão aberta e fechada.
O negócio ia bem, até a internet aparecer e inverter a lógica do processo de comunicação entre empresas e pessoas.
Quem manda hoje é o consumidor e ele quer as coisas do jeito dele. E como cada pessoa é diferente da outra, a complexidade que o marketing das empresas enfrenta para atender essa expectativa é insustentável.
Aparecem aí os propósitos, os movimentos, as histórias emocionantes como a última cartada das empresas para chamar atenção para os seus produtos e marcas e construir relevância.
Há conteúdo, mas a comunicação não está mais acontecendo. Mas essa é outra história…

Experimentação

A verdade é que existem três formas de se construir demanda para um produto ou serviço: informação, indicação e experimentação.
O pilar de informação está extremamente saturado com todo esforço e investimento que as empresas fazem em comunicação.
Ser relevante nessa frente é e ficará cada vez mais difícil. Investir em indicação é complexo, caro e difícil de escalar, principalmente com indicações espontâneas, sinceras e transparentes.
Nessa frente, percebemos uma moda de influenciadores, blogueiros, youtubers e outros que construíram suas audiências de forma autêntica, mas que hoje vendem posts, comments e likes por preços exorbitantes.
O consumidor está atento e começa a perceber a forçação de barra desse tipo de iniciativa das marcas. Escalar no longo prazo não vai ser fácil, mas é o jeito que o mercado encontrou para promover seus produtos através da vertical de indicação.
Já o terceiro pilar, o da experimentação, é o que apresenta o maior potencial de crescimento no longo prazo, principalmente para o mercado de bens de consumo.
Mesmo com as transformações que o mundo vem passando, uma coisa é certa: o consumidor está no poder e o jeito que ele exerce o seu reinado é cada vez mais inteligente.
Nesse contexto, comprar produtos e serviços desconhecidos começa a ser um risco cada vez menos tolerado.
Setores mais maduros e empresas mais modernas já perceberam o poder do marketing de experimentação e criaram seus modelos de negócio baseados nessa estratégia.
Alguém já comprou um carro novo sem fazer um test drive? E o Netflix ou o Spotify que dão para qualquer consumidor um mês gratuito do seu serviço antes cobrar pela assinatura?
E a Apple, empresa tão admirada, que coloca todos os seus produtos à disposição do consumidor sem pedir nada em troca?

Bens de consumo

Os exemplos de empresas e setores de sucesso que possuem estratégias de marketing de experimentação consistentes são diversos.
Embasado no desejo do consumidor moderno de experimentar antes de comprar coisas novas, o marketing de experimentação está mais vivo do que nunca.
O que falta agora é a disposição de alguns setores, principalmente o de bens de consumo, em entender que essa ferramenta pode ser uma poderosa solução para acelerar o alcance dos seus lançamentos.
O consumidor agradece!

  • Ernesto Villela é fundador e CEO da Samplify

Compartilhe
Publicação Anterior

Brasil cai em ranking global de conectividade

Próxima Publicação

Como a inteligência artificial pode ser aplicada ao petróleo

You might be interested in …

Serviços como Netflix tem reduzido a demanda por TV paga / Divulgação/Netflix

Como o vídeo por streaming afeta a TV paga

Compartilhe

CompartilheNo ano passado, o Brasil perdeu assinantes de TV paga pela primeira vez. Foram cerca de 500 mil pessoas que desligaram seus serviços de cabo ou satélite. Parte disso foi resultado da crise. Outra parte […]


Compartilhe
Prefeituras que usavam softwares e servidores locais dedicados migraram para a nuvem / Renato Cruz/inova.jor

O Brasil está mais perto da nuvem

Compartilhe

CompartilheO Brasil subiu quatro posições no ranking elaborado pela BSA para aferir a qualidade das políticas de computação em nuvem entre 24 nações. Os países são escolhidos com base na sua liderança no mercado de […]


Compartilhe