O Brasil subiu quatro posições no ranking elaborado pela BSA para aferir a qualidade das políticas de computação em nuvem entre 24 nações.
Os países são escolhidos com base na sua liderança no mercado de TI, e da última edição do estudo (2016) para a deste ano, divulgada recentemente, ficamos à frente da Tailândia, Índia, Rússia, China, Indonésia e Vietnã.
Claro que gostaríamos de estar no topo da lista, mas essa reação já é sinal de que o paradigma está mudando.
A previsão otimista não é apenas um desejo, mas sim uma percepção dos gigantes desse segmento.
Basta observar o que disse o porta-voz mundial da Amazon Web Services (AWS) para o setor público, Jeff Kratz, em entrevista recente.
“Toda a América Latina tem sido proativa (…) na busca pela redução da burocracia, das reformas e da digitalização. Os próprios cidadãos querem acelerar”, diz o executivo de uma das maiores multinacionais de cloud computing do mundo.
Quem está na ponta, atendendo às cidades brasileiras e fornecendo tecnologia para a promoção da transformação digital, já percebeu que prefeituras que usavam softwares e servidores locais dedicados há três anos migraram para a nuvem.
O motivo? A desmistificação do processo de migração, que evoluiu em agilidade, segurança e eficiência.
Demandas dos cidadãos
É fácil entender: a atividade-fim das gestões públicas municipais nunca foi o armazenamento e processamento de dados, mas sim o atendimento das demandas dos cidadãos.
Sem know-how específico para isso e atreladas às exigências legais na hora de comprar e contratar, muitas cidades montaram verdadeiros parques de TI para manter rodando seus sistemas.
O tempo passou, eles ficaram obsoletos e, por não contarem com a segurança e acessibilidade de uma plataforma online, transformaram o que era pra representar modernidade em empecilho ao desenvolvimento.
Apesar da ineficiência, o medo de perder dados e parar a máquina fez muitos prefeitos e legisladores postergarem a evolução.
Felizmente a migração de sistemas desktop e offline para a cloud evoluiu e hoje consegue-se transportar todos os dados de anos de digitalização de uma cidade para uma nova plataforma, integrada, online, segura e acessível em pouquíssimos dias.
Além da agilidade, os protocolos permitem a operação simultânea sem que serviços essenciais como a prestação de contas, RH e receita tenham que parar. A evolução é natural e não facultativa — ou o mercado de computação em nuvem não teria a previsão de atingir os US$ 162 bilhões em operações nos próximos dois anos.
O novo jeito de fazer gestão pública interessa diretamente aos cidadãos, ainda que eles não sejam especialistas na tecnologia.
Ela é fundamental para a transformação das instituições, desde a melhoria na distribuição de recursos e até da vida em sociedade.
Dessa forma os entraves para o crescimento econômico e desenvolvimento social deixarão de ser, literalmente, parte integrante do sistema.
- Aldo Luiz Mees é diretor-presidente da IPM Sistemas