Como a rastreabilidade de produtos pode adotar o blockchain

A identificação de produtos é o primeiro passo na rastreabilidade / Divulgação
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A identificação de produtos é o primeiro passo na rastreabilidade / Divulgação
A identificação de produtos é o primeiro passo na rastreabilidade / Divulgação

Promover a rastreabilidade na cadeia de abastecimento é o mesmo que distribuir a responsabilidade sobre a integridade do produto entre todos os envolvidos nos processos de produção, armazenagem, distribuição e comercialização.
O consumidor quer ter informações precisas sobre tudo o que está adquirindo, principalmente quando se trata de alimentos e medicamentos que serão consumidos por si e seus familiares.
O comprometimento da cadeia resulta em produtos responsáveis desde o envolvimento do produtor da matéria-prima até a chegada dos produtos ao varejo.
As indústrias do alimento e do medicamento estão diretamente ligadas à saúde da população.
Nesse caso, os processos de rastreabilidade proporcionam a informação necessária para combater a contrainformação e também a desinformação a respeito da procedência de matérias-primas e/ou ingredientes, manuseio na produção ou mesmo falsificação de produtos.
Essas premissas começam a determinar a confiabilidade nas marcas comprometidas com o bem estar da sociedade.
A satisfação do consumidor com qualidade do produto e segurança são os principais objetivos dos envolvidos com a rastreabilidade.
E a tecnologia os leva a aprimorar os sistemas que ampliam a visibilidade e a transparência das informações.

Informações precisas

Roberto Matsubayashi, da GS1 Brasil / Divulgação
Roberto Matsubayashi, da GS1 Brasil / Divulgação

A identificação de produtos é o primeiro passo nesse sentido.
Os padrões globais de identificação GS1 – lidos por meio de códigos lineares, bidimensionais ou por radiofrequência – permite que as empresas capturem informações relevantes sobre produtos (id, validade, lote etc.) de forma automatizada.
Na medida em que as operações são executadas, as informações precisas geradas por produtores, indústria, distribuidores e varejo, por sua vez, são armazenadas em bancos de dados para gestão e rastreabilidade.
Nesse sentido, padrões são fundamentais para gerarem informações corretas e confiáveis para o sucesso da rastreabilidade.
O padrão da GS1 EPC-IS cumpre esta função, pois define os dados que todos, produtores, distribuidores, operadores logísticos e varejistas, devem gerar para cada atividade de movimentação do produto, gerando o banco de dados de evento.
Na nova economia mundial, rastreabilidade é um sinônimo de maior controle, redução de erros e perdas, além de conter desvios de produção.

Plataforma aberta

Se avançarmos o assunto rumo a uma nova tecnologia, o blockchain, todo processo de rastreabilidade tem grande potencial de sofrer um impacto muito positivo.
O blockchain é uma plataforma aberta de banco de dados distribuído, que tem como principais características a imutabilidade e distribuição da informação.
Dessa forma, os dados gerados no padrão EPC-IS gravados na plataforma blockchain geram segurança a todos os integrantes de uma cadeia de abastecimento comprometidos em prover informação segura e responsável.
Pela característica única do blockchain, ele permite a autenticação de um produto sem revelar os detalhes da transação, preservando a confidencialidade.
Se a rastreabilidade é um conceito em processo de implantação no Brasil, o blockchain, igualmente, está na fase das descobertas.
As comunidades de negócios testam seu potencial e não há uma definição precisa da potencialidade dessa tecnologia.
Mas sabe-se que, onde foi aplicada, provocou mudanças fundamentais nos modelos de negócios. Ela está aliada a outros processos como big data, analytics e inteligência artificial.
Tudo se integra para que a automação seja cada vez mais inteligente e preditiva. Mas, o que nos traça um novo horizonte é o ponto de vista mais humano do assunto – a confiabilidade, a segurança, a responsabilidade.
Quando uma organização tem a capacidade de responder a perguntas como o que, quando, de onde, por onde e para onde, provavelmente ela já se iniciou no processo de rastreabilidade, que é a habilidade de se recuperar o histórico, aplicação ou localização de um determinado produto.
Se um banco de dados alimentado com esse objetivo tiver como administradores todos os interessados na transparência da informação, essa corre menos riscos de ser manipulada erroneamente.
Blockchain, portanto, deve ser considerado como instrumento de disrupção dos modelos de gestão.


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